“Padrasto é preso após criança de 4 anos ser internada com indícios de tortura
Suspeito já possuía anotações criminais por violência doméstica e importunação sexual

Um homem foi preso temporariamente em Paciência, na Zona Oeste do Rio, suspeito de submeter a enteada, de apenas 4 anos, a sessões prolongadas de tortura. A criança foi levada com urgência ao Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), na UFRJ, com um quadro grave de perfuração intestinal, fratura no braço e sepse abdominal. Os médicos que a atenderam relataram que a menina chegou ao hospital à beira da morte, após sofrer paradas cardíacas e apresentar várias lesões pelo corpo, incluindo hematomas. A Polícia Civil, por meio da 37ª DP (Ilha do Governador), está investigando o caso.

Outras mães que estavam no Hospital Pediátrico acionaram as autoridades ao ver a condição da vítima ao chegar na unidade de saúde. A mãe da criança teve que ser protegida para evitar agressões por parte das outras mulheres presentes no local. Em depoimento na delegacia, a mãe negou qualquer tipo de agressão contra a criança, tanto por ela quanto por seu parceiro.

As investigações revelaram mensagens de celular trocadas entre a mãe da menina e seu companheiro, onde ele afirmava coisas como “Ela é forte porque estou moldando ela na dor. Fica fraco quando é só amor.” Essas mensagens foram consideradas pelos investigadores como evidências de tortura. A Polícia Civil também descobriu que a criança era frequentemente trancada sozinha em banheiros escuros e que as agressões eram disfarçadas como acidentes.

Além disso, os policiais estão analisando se as irmãs menores da vítima, que também moram com o agressor, podem ter sido alvo de violência. A mãe da criança relatou que temia por sua vida ao denunciar o suspeito, que já tinha registros criminais por violência doméstica e importunação sexual. O delegado responsável pelas investigações afirmou que se trata de um caso não só de violência doméstica, mas de tortura sistemática.

Conversas extraídas dos celulares mostram ainda mais agressões, como uma joelhada dada à menina por não querer comer, fraturas justificadas como quedas e sintomas descritos pela mãe sem buscar ajuda médica. A prisão temporária foi decretada com base nos indícios de autoria, na gravidade dos crimes e no risco de fuga do suspeito ou retaliação. O delegado salientou a importância das denúncias e do registro de ocorrências em casos de abuso e maus tratos.

No momento da prisão, o suspeito negou as acusações e não ofereceu resistência. Ele responderá por tortura, um crime hediondo que pode ser agravado para tentativa de homicídio qualificado. As investigações continuam, com novas diligências e análise do conteúdo dos dispositivos eletrônicos apreendidos. O delegado reforçou a necessidade de denunciar casos de violência para evitar que agressores como esse continuem causando danos.”

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