Padre assassino: Grupo de extermínio e espionagem envolvido na morte de advogado e esquema de corrupção

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Um integrante de um grupo de extermínio e espionagem foi apresentado à vítima como padre, de acordo com informações obtidas por uma fonte da Polícia Federal. O suspeito de assassinar o advogado Rodrigo Zampieri teria usado o disfarce religioso para identificar a vítima, em um caso que chocou a opinião pública. O suspeito em questão é Antônio Gomes da Silva, que foi preso em uma operação conduzida pela PF em Cuiabá (MT). De acordo com a fonte, o encontro entre o suspeito e o advogado aconteceu semanas antes do crime, com Antônio se apresentando como padre no momento.

Rodrigo Zampieri, advogado conhecido por atuar em processos relacionados à posse de terra, foi brutalmente assassinado com 10 tiros em 2023. O crime ocorreu enquanto ele se encontrava dentro de seu carro, próximo ao escritório onde trabalhava. O atirador, utilizando um boné, aguardava Zampieri e disparou contra ele sem qualquer chance de defesa. A suspeita que recai sobre o caso é que o Comando de Caça a Comunistas, Criminosos e Corruptos (C4), um grupo de extermínio formado por militares, esteja envolvido no assassinato, bem como em atividades de espionagem.

Além do envolvimento direto de Antônio Gomes da Silva, outros quatro suspeitos apontados como mandantes e coautores do assassinato do advogado foram detidos na mesma operação realizada pela PF. A investigação revelou que o grupo também estaria envolvido em um esquema ilícito de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com ramificações até o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Durante a ação policial, foram apreendidas armas, munição e documentos que corroboraram as suspeitas sobre as atividades do grupo.

A gravidade do caso se intensificou com a descoberta de que a organização criminosa planejava monitorar ministros do STF, senadores e deputados, além de cobrar valores específicos de acordo com o perfil do alvo. O grupo dispunha de uma tabela de preços para a prática de espionagem, destacando valores distintos para autoridades em diferentes níveis de poder. Dentre as ações previstas pela organização estavam o uso de prostitutas como “iscas” para atrair os alvos, além da utilização de recursos como carros com placas frias, rastreadores veiculares e drones.

A Polícia Federal conseguiu obter mais detalhes sobre as atividades do grupo através de documentos apreendidos durante a operação, que incluíam listas de armamentos, despesas e até mesmo a relação de materiais que seriam utilizados nas operações planejadas. Além disso, as anotações citavam o senador Rodrigo Pacheco como um dos alvos de interesse do grupo, evidenciando a amplitude das ações criminosas. A complexidade e o alcance das atividades desse grupo de extermínio e espionagem revelam a necessidade urgente de combate a organizações criminosas que ameacem a segurança e a democracia no país.

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