Última atualização 22/09/2021 | 18:54
Acusado de assediar e abusa sexualmente de menores de idade, mais uma vítima denunciou o padre Delson Zacarias dos Santos, de 47 anos, ao portal Metrópoles. De acordo com relatos da vítima, o religiosa usava a desculpa de oferecer ”doce de banana” para atrair coroinhas que participavam do grupo o qual mantinha proximidade. O padre foi afastado da Arquidiocese de Brasília após as denúncias.
Segundo o servidor público, que atualmente tem 31 anos, o assédio aconteceu quando ele tinha 14 e 15 anos, durante o tempo em que frequentava a igreja no Riacho Fundo onde o padre era responsável. A vítima contou que o líder religioso passou a ser torna próximo quando ele foi escolhido para ingressar em um grupo chamado Cerimoniários, em que só havia participantes do sexo masculino de até 18 anos da idade.
De acordo com a vítima, os jovens eram ”escolhidos a dedo” para entrar no grupo. “Geralmente, quando algum fiel quer entrar em determinado grupo da igreja, procura-se a pastoral, depois faz uma reunião e pronto. No caso dos Cerimoniários, quem fazia a escolha pessoalmente era o padre Zacarias. Esse grupo era o mais próximo dele”, explicou.
Doce de Banana
Durante uma noite, em 2004, o padro passou em frente a casa do adolescente. Ele buzinou e fez o convite. “Minha mãe, que é muito católica e frequentava aquela igreja, avisou que o padre Zacarias estava me chamando. Quando cheguei do lado de fora, ele me falou para entrar que iríamos até a casa dele pegar um doce de banana que ele havia feito para minha mãe”, lembrou.
Ao chegar na casa do pároco, a atitude dele mudou. O religioso teria o chamado até o quarto e feito uma pergunta direta. Ele quis saber se eu tinha o costume de me masturbar. Respondi que sim, achando que ele fosse me corrigir. Depois, pediu que eu tirasse a blusa, pois queria ver se eu era magrinho. Em seguida, pediu para ver minhas ‘coxinhas’. Naquele momento, o padre foi além e pediu para que eu tirasse o short”, contou.
O padre então pegou uma câmera digital e tirou fotos do adolescente. “Ele pediu para que eu ficasse de cueca. Naquele momento, fiquei com o corpo todo tremendo, mas tive a reação de dizer que queria ir embora. Ele, então, me levou de volta, sem dizer uma palavra durante o trajeto até a minha casa”, recordou.
Reação da família
Assustado, o jovem contou aos pais o que havia acontecido. A reação imediata dos pais foi afastar o adolescente da igreja. “Passei a frequentar outra paróquia no Riacho Fundo e meus pais ainda procuraram outras pessoas ligadas à Arquidiocese de Brasília para contar o que estava ocorrendo e a resposta foi que o meu caso não era o único”, disse.
Como é um caso que envolve menores de idade, informações não podem ser reveladas pela polícia e o processo é sigiloso.
Em nota, a Arquidiocese de Brasília informou ao Metrópoles que a igreja presta assistência protetiva e psicológica aos envolvidos e instaurou um processo de investigação. Além de ter providenciado o afastamento do acusado de seu ofício sacerdotal.