Com trocas de presentes e cartas, padre do interior de SP manteve amizade de
quase 20 anos com papa Francisco: ‘Um grande pastor e amigo’
Célio Lopes, de Aparecida (SP), conheceu Francisco quando o religioso ainda era
cardeal arcebispo de Buenos Aires, em 2007. Juntos, eles celebraram uma missa no
Santuário Nacional de Aparecida e, desde então, nutriram uma amizade por meio de
cartas e trocas de presentes.
Padre Célio Lopes e papa Francisco em Aparecida (SP). — Foto: Arquivo
pessoal/Célio Lopes
O padre Célio Lopes, morador de Aparecida (SP), teve uma
história de proximidade e amizade ao longo de quase 20 anos com Jorge Mario
Bergoglio, o papa Francisco, que morreu nesta semana aos 88 anos.
Célio e o pontífice se conheceram em 2007, quando o papa Bento XVI veio ao
Brasil para participar da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e
Caribenho (CELAM), que aconteceu no Santuário Nacional, em Aparecida (SP).
Naquela época, Francisco era cardeal arcebispo de Buenos Aires e também veio
participar da conferência. Em entrevista ao DE, Célio conta que, em uma
quinta-feira, foi celebrar uma missa do Santíssimo e a secretária disse que
tinha um bispo na sacristia que gostaria de celebrar em conjunto a missa com o
padre.
“Francisco me disse que não queria celebrar a missa, pois tinha um pouco de
dificuldade com a língua portuguesa. Foi então que eu brinquei com ele e
disse: ‘só poderia ser argentino mesmo’. Ele riu e ali eu percebi que não
existiria preconceito e distanciamento entre nós”, disse Célio.
“Na hora da missa, eu brinquei novamente com ele sobre quem seria melhor: Pelé
ou Maradona. Então, ele gargalhou mais uma vez e foi uma celebração muito
descontraída. Após o ato litúrgico, fomos até a sacristia e ele viu uma
garrafa e perguntou se era café, eu respondi que sim e ele pegou um copo
descartável, colocou café, me entregou, colocou café em outro copo e
brindamos. A partir desse momento eu soube que ali nascia uma amizade”,
completou o padre.
Como Francisco era secretário do CELAM e a Conferência durou uma semana, Célio
interagiu bastante com o religioso, pois o ajudava com revistas, jornais e
materiais sobre o Santuário Nacional, maior templo católico do país, dedicado à
Padroeira do Brasil.
Após o término do evento, Jorge Mario Bergoglio agradeceu toda ajuda e voltou
para a Argentina.
Padre Célio Lopes. — Foto: Arquivo pessoal/Célio Lopes
Apesar de voltar para a Argentina, Célio e Jorge Mario continuaram se
comunicando. Em agradecimento à recepção que teve no Brasil e aos materiais
sobre Aparecida, Bergoglio enviou ao padre um livro sobre a Catedral de Bueno
Aires, onde mostrava todos os detalhes do lugar.