Padre envia áudio a fiel dizendo que quem votar em Lula será responsabilizado “no juízo final”

Através de audios de WhatsApp, um padre de Iporá, diz a uma fiel que quem votar no candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será responsabilizado “no juízo final”. Na mensagem, o líder religioso Pablo Henrique de Faria, diz que ele entende sobre a mensagem da Bíblia e que cabe aos fiéis segui-lo.

“Diante de Deus, eu garanto para você que, no juízo final, vai pagar quem votar nessa quadrilha de ladrão, assassino de criança, sexualizador de criança e comunista”, disse no áudio.

Após a repercussão do áudio, o padre chegou a comentar na missa que ele conversou com a fiel, de maneira doutrinadora e não de forma que pudesse mudar os votos das pessoas.

“Como vou usar o meu poder de pastor para mudar voto se ela nem vem aqui, não é minha ovelha? Minhas ovelhas olham pela igreja, não criticam igreja”, disse o Pablo, se referindo à mulher que o criticou.

Segundo a Rosimar Sebastiana Barbosa Silva, os áudios foram enviados à irmã, que preferiu não dar entrevista, na última segunda-feira, 10. 

Em uma das redes sociais, o padre Pablo posta mensagem de apoio ao atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), o que levou uma fiel a criticar a postura do líder. Ele então enviou os áudios.

Rosimar já foi católica, mas, atualmente é evangélica. “O que eu mais fiquei indignada é o padre dizer que ela tem que concordar com ele por ser apenas uma ovelha e que se não concorda, tem que mudar de igreja”

A outra irmã dela, que já foi freira, fez uma denúncia à Diocese de São Luís de Montes Belos, responsável pela cidade, e à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Entre Bolsonaro e Lula eu sou 100 bilhões de vezes Bolsonaro. Cristão nenhum de verdade deveria votar nesses canalhas, quadrilha. […] É você que não conhece o catecismo, quem é pastor aqui sou eu. O pastor que sabe o certo de Cristo, sou eu que respondo diante de Cristo. Você é ovelha, tem que seguir o pastor. Agora, se você não quer me ouvir, siga outro pastor, outra igreja”, disse o padre em outro áudio enviado à fiel.

Ouça o áudio: 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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