Padre Ibiapina, que fundou primeira Casa de Caridade em Taquaritinga do Norte, é considerado venerável pelo Papa Francisco. Sua iniciativa pioneira, voltada ao acolhimento, educação e assistência de moças órfãs e carentes, resultou em uma rede de 22 instituições semelhantes espalhadas por Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

O decreto que reconhece o Padre José Antônio Maria Ibiapina como venerável foi aprovado pelo Papa Francisco na última segunda-feira (31). Em 1860, em Gravatá do Ibiapina, distrito de Taquaritinga do Norte, ele fundou sua primeira Casa de Caridade. Sua atuação foi além da fundação da instituição, mobilizando a comunidade local para a construção de uma capela, um açude e um cemitério, obras que simbolizam seu compromisso com o bem-estar coletivo até os dias atuais.

Nascido em Sobral (CE) em 5 de agosto de 1806, Padre Ibiapina teve uma vida singular antes de se dedicar integralmente à Igreja. Após abandonar o seminário de Olinda em 1823, em decorrência da morte de sua mãe, formou-se em direito e exerceu cargos como juiz, delegado e deputado. Em 1850, retomou sua vocação religiosa, sendo ordenado sacerdote em 1853 e passando a servir os mais pobres, sendo conhecido como “peregrino da caridade” durante uma epidemia de cólera no Nordeste.

A trajetória de Padre Ibiapina, marcada por uma fé inabalável e serviço aos desfavorecidos, foi interrompida em 1875, quando uma paralisia o acometeu. Ele faleceu em 19 de fevereiro de 1883, aos 76 anos, deixando um exemplo de vida que é oficialmente reconhecido pela Igreja Católica. A concessão do título de venerável pelo Vaticano atesta suas virtudes heroicas e abre caminho para a próxima etapa rumo à beatificação, que depende da comprovação de um milagre atribuído à sua intercessão.