Padre inocentado: “oração ao golpe” foi fake news da PF, diz defesa

padre-inocentado3A-22oracao-ao-golpe22-foi-fake-news-da-pf2C-diz-defesa

Padre poupado de denúncia diz que “oração ao golpe” foi “fake news” da PF

Segundo a defesa, expressão foi elaborada pela Polícia Federal em função de texto compartilhado por religioso

A defesa do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, indiciado pela Polícia Federal, divulgou uma nota na qual diz que a “oração ao golpe” foi uma “fake news sensacionalista” da Polícia Federal.

A nota foi divulgada após o ministro Alexandre de Moraes revogar as medidas cautelares que havia imposto ao religioso, uma vez que a Procuradoria-Geral da República divergiu da Polícia Federal ao não ver indícios de crime e acabou não denunciando o padre por tentativa de golpe.

“Tendo em vista o questionamento de diversos órgãos de imprensa sobre o fato de que o religioso teria composto uma “oração ao golpe” (sic), reitera-se que ele nunca fez tal despropósito e que não há, nem nos autos do processo, menos ainda em qualquer objeto que pertença ou tenha pertencido a ele, qualquer composição pedindo a destruição da Ordem Constitucional: o epíteto “oração ao golpe” (sic), colocado no relatório, originou-se em uma infeliz expressão sensacionalista, alimentando o enorme caudal de fake news contra o religioso”, diz a nota assinada pelo advogado Miguel Vidigal.

A “oração ao golpe” foi como a PF batizou, no relatório, um texto do padre compartilhado para um contato chamado Frei Gilson, em 3 de novembro de 2023, no qual pedia que todos os brasileiros, católicos e evangélicos, incluíssem os nomes do então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e outros 16 generais quatro estrelas – esses últimos pertencentes a mais alta patente militar do Exército – nas respectivas orações.

Na nota, a defesa do padre diz que “vale ressaltar que o pedido de orações, feito pelo sacerdote a outros religiosos, foi um, entre os inúmeros que ele faz, e fez ao longo da vida, inclusive para todos os governantes, atuais e pretéritos”.

“O curioso é que os demais pedidos nunca foram apresentados pelo órgão policial encarregado da inquisitória investigação. Nunca houve qualquer sugestão de golpe na mensagem aludida e sequer há um texto de oração”, completou a defesa.

A PF entendeu que o padre integrava o núcleo jurídico da trama golpista e seria o responsável pelo assessoramento e elaboração de teses com fundamentação jurídica, que poderiam justificar a continuidade do ex-presidente Jair Bolsonaro no cargo após ser derrotado na eleição para o Planalto em 2022.

A defesa afirmou, na nota, que houve “uma série de equivocadas interpretações e fantasiosos relatos”.

“O material, que agora se devolverá ao religioso, foi amplamente revistado pelas autoridades, que não encontraram absolutamente nada que pudesse dar embasamento às falsas acusações imputadas pelos investigadores da Polícia Federal, ao longo do período inquisitorial”, destacou.

“A verdade veio à tona com a manifestação da Procuradoria-Geral da República, que percebeu não ser nada razoável imputar qualquer crime a um religioso por conta do pífio material apresentado no libelo acusatório da polícia”, concluiu a defesa.

Procurada, a PF não se manifestou.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp