Padre Júlio Lancellotti processa vereadora por calúnia e pede R$ 30 mil de indenização
Janaina Ballaris (União) disse em entrevista a uma rádio que o trabalho do padre é “assistencialismo fácil, para todo mundo ver.
O padre Júlio Lancellotti entrou com um processo contra a vereadora Janaina Ballaris (União), de Praia Grande no litoral paulista, por calúnia e difamação. Ele pede R$ 30 mil de indenização por danos morais, alegando ter sido associado a um “assistencialismo midiático” durante uma entrevista concedida pela parlamentar a uma rádio da Baixada Santista. Ao DE, Janaina afirmou que não esperava ser processada por um líder religioso.
As declarações da parlamentar à rádio CBN Santos foram feitas em dezembro de 2024, cerca de uma semana após o padre Júlio Lancellotti compartilhar um vídeo da vereadora. Nas imagens, ela orienta moradores a não alimentarem ou darem dinheiro a pessoas em situação de rua. Na legenda da publicação, o padre escreveu: “Impressionante, vereadora eleita de Praia Grande”.
O vídeo viralizou, ultrapassando 390 mil visualizações no Instagram e gerando críticas à postura da parlamentar. Ao DE, Janaina afirmou que o conteúdo foi tirado de contexto de forma “maldosa” e que a intenção era orientar o encaminhamento das pessoas em situação de vulnerabilidade à Secretaria de Assistência Social do município.
No dia 17 de dezembro, Janaina foi questionada sobre o atrito com o padre durante a entrevista na rádio e respondeu que dar assistência é diferente de assistencialismo. Segundo ela, Lancellotti não poderia fazer política revestido de uma “manta religiosa” como autoridade.
Na ocasião, Ballaris opinou que algumas pessoas alimentam quem vive nas ruas com o intuito de “ficar bem com Deus”, mas não se interessam por saber os motivos de o morador estar ali. “Só que nem olha para a cara da pessoa […] dá [comida] como se estivesse dando para o cachorrinho”.
O advogado do padre, Nicholas Berro, apontou no processo que a vereadora Janaina Ballaris desmereceu a atuação religiosa de Júlio Lancellotti ao classificá-la como um “suposto assistencialismo midiático”. Ainda de acordo com ele, a parlamentar afirmou que o trabalho do padre é “fácil” e feito “para todo mundo ver”. Berro destacou que a vereadora ainda publicou um story no Instagram chamando os seguidores para o vídeo do YouTube, o que reforçou as insinuações.