O padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi citado no relatório final da Polícia Federal (PF) por ter enviado uma ‘oração do golpe’ ao ministro da Defesa, Gilson da Silva Pupo Azevedo, conhecido como Frei Gilson. Essa ação ocorreu após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais.
O religioso, com mais de 431 mil seguidores nas redes sociais, é um dos 37 indiciados na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Em uma mensagem pelo aplicativo WhatsApp, o padre pediu que os brasileiros rezassem pelo então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, e por outros 16 generais de alta patente do Exército.
A mensagem incluía uma lista com os nomes desses militares, solicitando que todos os brasileiros, católicos e evangélicos, os incluíssem em suas orações. O padre pediu a Deus que desse coragem a esses militares para ‘salvar o Brasil’, ajudá-los a vencer a covardia e estimulá-los a agir com consciência histórica, e não apenas como funcionários públicos de farda.
Segundo a PF, a mensagem demonstra que José Eduardo, logo após a derrota de Bolsonaro, já disseminava a ideia de um golpe de Estado apoiado pelas Forças Armadas. A defesa do padre alega que o relatório não traz nenhuma prova séria e concreta de sua participação em qualquer ato que visasse a quebra do Estado democrático.
A investigação da PF indica que Bolsonaro tinha conhecimento do plano que envolvia matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Bolsonaro negou o envolvimento, questionando a viabilidade do plano com um general da reserva e quatro oficiais superiores.
Os indiciados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, enfrentam acusações de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e integração a uma organização criminosa. As penas previstas variam de 4 a 12 anos de prisão por golpe de Estado, 4 a 8 anos por abolição violenta do Estado Democrático e 3 a 8 anos por integrar organização criminosa.