Eu acordei com as mãos dele nas minhas partes íntimas’, diz vítima de padre
preso por estupro de vulnerável no Paraná
Genivaldo Oliveira dos Santos, de 42 anos, foi preso em Cascavel. Até o momento, a polícia identificou seis vítimas do sexo masculino. A defesa afirmou que vai provar a inocência do padre, que trabalhava como sacerdote há 12 anos na Arquidiocese da cidade.
Polícia fala com mais três vítimas de padre investigado por abuso sexual em Cascavel
Uma das vítimas do padre preso em Cascavel, no oeste do Paraná, por estupro de vulnerável, relatou que foi tocado nas partes íntimas por ele. A RPC, afiliada da TV Globo, apurou que o religioso é Genivaldo Oliveira dos Santos, de 42 anos. A vítima, que não foi identificada por motivos de segurança, prestou depoimento à polícia e o relato faz parte das denúncias que surgiram após a prisão do religioso. Até o momento, a polícia identificou seis pessoas que afirmam ter sido abusadas por ele. Todas são do sexo masculino.
O padre está preso na Cadeia Pública de Cascavel e, posteriormente, será encaminhado ao sistema penitenciário. O advogado de defesa, Alessandro Rosseto, disse que tenta revogar a prisão e vai provar a inocência do padre.
ABUSO ACONTECEU DURANTE SEMANA VOCACIONAL, DIZ VÍTIMA
A vítima relatou à RPC que a tentativa de abuso aconteceu em 2010, quando ambos eram seminaristas. Ela disse que foi assediada por Genivaldo durante uma semana vocacional em Guaraniaçu, cidade próxima a Cascavel, quando tiveram que dormir no mesmo quarto.
Após a situação, a vítima afirma que conversou com o arcebispo sobre o ocorrido. Contudo, ele e Genivaldo tiveram que assinar um documento concordando que não falariam sobre o assunto.
A coragem para denunciar o caso surgiu depois que a vítima foi procurada pela polícia. A delegada Thais Zanatta, responsável pela investigação, confirmou que a denúncia chegou ao arcebispo da época, mas não foi comunicada às autoridades policiais.
Os depoimentos apontam que parte das vítimas era adolescente quando sofreu os abusos. Um jovem relatou que entrou em depressão grave, tentou suicídio e só conseguiu contar o que aconteceu anos depois.
As primeiras denúncias contra Genivaldo chegaram à Polícia Militar (PM). A tia de uma das vítimas procurou a corporação em março de 2024, depois que o sobrinho enfrentou uma depressão grave e tentou suicídio. O serviço de inteligência da PM passou a monitorar o padre e elaborou um relatório que foi encaminhado à Polícia Civil (PC), após um ano e quatro meses de trabalho.
Como parte da investigação, foram identificadas irregularidades na gestão financeira da paróquia onde o padre atuou. Ademais, descobriu-se que ele estava praticando o exercício ilegal da medicina ao oferecer “terapias complementares” em um consultório próprio.
O arcebispo de Cascavel, Dom José Mário Scalon Angonese, informou que o padre foi suspenso assim que a denúncia chegou oficialmente à diocese. Um processo de investigação está em andamento, com possível encaminhamento à Congregação da Doutrina da Fé, no Vaticano, para uma decisão final. Se confirmado o abuso, a demissão do estado clerical é uma possibilidade.