Padre Robson tentou subornar desembargadores do Tribunal de Justiça

Os novos áudios descobertos durante investigação contra o padre Robson de Oliveira apontaram tentativas de suborno a desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). As informações foram veiculadas em reportagem exibida no Fantástico deste domingo, 21.

O padre, que era investigado por desvio de dinheiro na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), teria prometido repassar R$ 750 mil para três desembargadores caso revertessem em segunda instância uma decisão relacionada a uma fazenda à Afipe.

Nos áudios os investigadores apontam a participação do Padre em um possível esquema de lavagem de dinheiro, organização criminosa e suborno. As conversas eram gravadas pelo próprio padre. A realização de uma perícia comprovou que o padre está realmente falando, o que anula a hipótese de montagem na conversa.

Por meio de nota, o TJ-GO afirmou que “desconhece os fatos narrados na reportagem”. “Não se pode presumir a ocorrência de irregularidades do julgamento de processos a partir de conversa mantida entre advogado e cliente”, diz o texto.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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