Pai de estudante de Medicina morto pede punição em carta a Lula

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Pai de estudante de Medicina morto pela PM de São Paulo envia carta a Lula pedindo punição severa de policiais envolvidos no crime

Um mês após o crime, o médico e professor da USP Júlio Navarro disse na carta que a Polícia de São Paulo age com “violência extrema contra pessoas pobres”, além de criticar as manifestações públicas de Guilherme Derrite e Tarcísio de Freitas sobre o assassinato.

O médico e professor da USP Júlio Navarro, pai do estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta – morto por policiais militares durante uma abordagem em um hotel de São Paulo, em novembro – enviou nesta semana uma carta ao presidente Lula (PT) criticando a demora da Justiça e do governo de São Paulo na punição severa dos policiais envolvidos no crime.

Em tom desesperado e bastante emotivo, Navarro disse ao presidente que “cada manhã que acorda e não encontra o garoto em casa”, ele sente “dor dilacerante, angústia e a raiva, de lembrar as últimas imagens dele pedindo salvá-lo”.

Na carta, o professor da USP afirmou que o filho foi assassinado “da maneira mais cruel e covarde pelo Estado de São Paulo” e pelas “mãos de membros da PM e cumplicidade da toda a hierarquia superior” da Segurança Pública de São Paulo.

“Apelo ao Sr. Presidente, minha última esperança para aliviar a dor da minha família, de outras mais e poder amanhã salvar nossos próprios filhos”, declarou.

Marco Aurélio Cardenas Acosta tinha 22 anos e cursava Medicina em uma universidade particular. Segundo a família, ele era um rapaz amoroso, que se formou no ensino médio aos 15 anos e escolheu seguir o caminho profissional dos pais.

A carta enviada pelo pai ao presidente Lula foi compartilhada com jornais estrangeiros como The New York Times, Washington Post, The Guardian e Le Monde.

Nela, o professor da USP – que é peruano e mora há anos com a família do Brasil – criticou as manifestações públicas do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre o crime.

Na época que as imagens do crime vieram a público, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) que os PMs envolvidos no assassinato foram afastados de suas funções até o final das investigações, mas continuam soltos.

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