Pai de jovem morta após carro ser arrastado por enxurrada responsabiliza prefeitura de Anápolis: “Não é por falta de verba”

Pai de jovem morta após carro ser arrastado por enxurrada responsabiliza prefeitura de Anápolis: "Não é por falta de verba"

A tragédia envolvendo os jovens Thiago Borges, Talita Azambuja e Haynner Azambuja, que morreram afogados depois que carro em que estavam ter sido arrastado pela água neste domingo, 23, em Anápolis, foi provocada pela falta de planejamento da prefeitura, conforme o pai de Talita, Rubens Eustáquio. 

Segundo ele, o problema de alagamentos envolvendo o ponto onde o carro foi arrastado é antigo, sendo que outros acidentes já ocorreram no local durante as chuvas. Eustáquio diz ainda que já foram feitas promessas por parte da gestão, que se dispôs a arrumar, mas que não passaram de palavras ‘de campanha’.

“Isso causou a morte da minha filha, da minha irmã e do meu finado genro. É um problema causado pela prefeitura, porque a gente paga os nossos impostos e eles não resolvem esse problema. Famílias estão perdendo suas vidas. Foram três mortes. É um erro grave por parte da prefeitura. Não é por falta de verba, eles recebem muito dinheiro de impostos”, contou.

Carro é arrastado por enxurrada em Anápolis

As três vítimas morreram afogadas após o carro em que estavam ser arrastado por uma correnteza e cair no córrego das Antas. O veículo também transportava o irmão de Talita, que conseguiu sair do veículo e se agarrar a alguns galhos. Rubens contou que o jovem foi encontrado por bombeiros pendurado em um destes ramos às margens do córrego. Ele foi atendido e encaminhado a um hospital, mas ganhou alta e se recupera em casa.

“Até quando esse problema vai persistir? Quantas pessoas vão ter que morrer para que esse problema seja resolvido? Espero que esse problema seja resolvido. Perde minha, é doloroso. Ela era muito trabalhadora, uma mãe de família. Agora como vai ficar meu neto, sem a mãe”, desabafou Rubens.

Resposta

Em nota, a Secretaria Municipal de Obras de Anápolis informa que o volume de água da chuva do último domingo, muito acima do esperado, causou o transbordamento do córrego. Ainda de acordo com o comunicado, o município realizou várias intervenções em pontos críticos de alagamento nos últimos anos, como na Avenida Universitária, na Avenida Fernando Costa, na Avenida JK, na Avenida Pedro Ludovico e na Vila Formosa.

Agora, conforme a nota, a prefeitura tem como prioridade resolver os pontos de alagamento que incluem a região do córrego das Antas. Já foi autorizado o início dos estudos e contratação de projetos.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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