Pai diz à polícia que mulher desaparecida com netas proibiu pedido de socorro

O psiquiatra que atendeu a avó que desapareceu por oito dias com as duas netas, até serem encontradas nesta quarta-feira (6), afirmou que a mulher tem problemas psicológicos graves e pediu sua internação em hospital psiquiátrico. Em depoimento, o pai das crianças disse que uma delas afirmou que a avó as impedia de pedir socorro. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (7), pelo delegado Rodrigo Arana.

Segundo o delegado, no depoimento do pai das crianças, chamou atenção algo que ele disse ter ouvido de uma das filhas, ao ir até o Hospital Municipal de Goianápolis, para onde ela foi levada para exames. Segundo o homem, a criança disse que elas ouviram os chamados da polícia, durante as buscas, mas que sempre que tentavam pedir socorro, a avó impedia, tampando a boca da criança.

Tasmania Silva de Lucena Soares, de 45 anos, e as netas Isabella Silva Fernandes, de 11 anos e Júlia Silva Fernandes, de 6 anos, sumiram no último dia 30, após saírem para comprar presentes, em Anápolis. Foram encontradas na manhã desta quarta-feira (06), perto de um córrego na zona rural de Goianápolis.

Segundo o delegado de polícia, um adolescente de 14 anos, filho de um chacareiro da região, avistou uma criança saindo da mata,nesta quarta-feira (6).. Reconhecendo que era uma das meninas desaparecidas, a de 1 anos de idade, a convidou para entrar na propriedade. O chacareiro ligou para a polícia que foi ao local e encontrou a avó e a outra neta.

A investigação deve apurar o que de fato aconteceu nestes oito dias, mas ainda não se sabe se a avó irá responder criminalmente, isto depende do laudo psiquiátrico definitivo. “Se for declarado que ela tinha retardo mental completo, ela não vai responder criminalmente. Mas se, de fato, ela tinha capacidade de entender que praticou conduta ilegal e irregular, ela vai repsonder”, explicou o delegado.

Caso vá a responder criminalmente, ela pode ser investigada por três crimes. “Subtração de incapaz, sequestro e cárcere privado e, se ficar comprovado que as crianças foram submetidas a intenso sofriment físico e psicológico, pode ser investigado pelo crime de tortura”, afirmou o delegado.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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