Pai e madrasta acusados de maus-tratos que deixaram bebê em estado vegetativo
são julgados em Manaus
Clayton Augusto Souza do Carmo, de 34 anos, e Beatriz Rodrigues Matos, de 29
anos, são acusados de tortura e tentativa de homicídio contra Davi Lucas,
ocorrido em 2022. A vítima é filha biológica e enteada dos réus.
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio da 3ª Vara do Tribunal do
Júri, realiza nesta terça-feira (10) o julgamento do caso de Davi Lucas, bebê
que sofreu maus-tratos do pai e da madrasta em 2022 e permanece em estado
vegetativo.
Clayton Augusto Souza do Carmo, de 34 anos, e Beatriz Rodrigues Matos, de 29
anos, são acusados de tortura e tentativa de homicídio contra a criança, no
bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus.
O julgamento, iniciado às 10h, ocorre a portas fechadas, com a presença de
familiares de Davi Lucas, que pedem por justiça.
O CASO
Em maio de 2022, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao
Adolescente (Depca) recebeu um Boletim de Ocorrência (BO) relatando que Davi
Lucas havia sofrido maus-tratos após passar um fim de semana na casa do pai.
Em 3 de junho, mesmo com as investigações em andamento, a criança passou
novamente o fim de semana com o pai. Durante a estadia, engoliu uma moeda,
expelida com muito sangue, e foi levado a um pronto-socorro, mas o pai não
informou a mãe sobre o ocorrido e a criança não foi devolvida na data marcada.
Alguns dias depois, Davi desfaleceu devido a uma parada cardiorrespiratória, e a
madrasta informou que ele havia caído e estava roxo sem respirar.
Em 14 de junho de 2022, um novo BO foi registrado, informando que, no momento do
desfalecimento, a criança estava sozinha com a madrasta e que uma tampa de pasta
de dente foi retirada de suas vias respiratórias.
Além disso, o corpo da criança apresentava vários hematomas. O irmão de Davi
relatou à polícia que presenciou agressões da madrasta contra ele e contra a
vítima.
Em 22 de setembro de 2023, a Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva do
casal, Clayton Augusto e Beatriz Souza, a pedido da Polícia Civil.
Durante a Operação Acalento, em 11 de abril de 2024, o casal foi preso em
Iranduba, mas, com o fim do prazo da prisão preventiva, passou a responder o
processo em liberdade.