Uma mulher de 43 anos foi resgatada pela Polícia Militar de Goiás após ser sequestrada e levada à força para uma clínica de reabilitação na tarde deste domingo, 02, em Goiânia. Segundo a vítima, o plano teria sido articulado pelo pai motivado por uma disputa de herança deixada pela avó, que faleceu há cinco dias.
De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi surpreendida por quatro homens na Avenida T-26, no Setor Bueno, por volta das 15h50. Ela foi imobilizada e tentaram a colocar dentro de um veículo de cor prata, que tinha como destino final uma clínica de reabilitação localizada no Jardim Privé das Oliveiras, nas proximidades do Madre Germana II.
Os homem que participaram da ação foram interceptados às 18h25, na GO-040, no Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, por uma equipe do 45º BPM. Para a polícia, eles contaram que haviam deixado a mulher em uma casa de reabilitação chamada Casa de Acolhimento Save New Life, e que ela seria posteriormente transferida para outra unidade, localizada em Trindade.
Durante a investigação, a polícia teve acesso aos áudios enviados pelo representada da clinica contratada, que orientava o grupo sobre como conter a vítima e realizar a internação forçada. “Isso, deixa eu te falar, daí o pai dela tá lá, tá um namoradinho dela lá e assim, ó, não pode machucar essa menina, mas qualquer coisa mete as duas mãos debaixo do sovaco dela ali e prende as mãos atrás da nuca dela, certo? Eh, um segura nas pernas e vocês levam embora para dentro do carro. Chegar, não tem conversa. Já vai direto nela, bota ela no carro, certo? E aí um de vocês vai conversar com o pai dela sobre o dinheiro”.
Em seguida, o homem também instrui sobre os valores combinados para a internação: “É R$ 400 da remoção e R$ 1,6 mil da matrícula.” As mensagens foram encaminhada para a Central de Flagrantes de Aparecida de Goiânia, onde o caso foi registrado. Já a vítima foi resgatada pela polícia em estado de abalo emocional.
Disputa por herança
O pai da mulher, de 64 anos, foi apontado como o responsável por contratar o serviço pois, segundo ele, a filha faz uso de substâncias entorpecentes. No entanto, a mulher negou que é usuária de drogas e afirmou que está em acompanhamento médico após ser diagnosticada com depressão aguda. Vítima também apontou que a tentativa de internação seria motivada pelo controle de bens deixado a ela pela avó.
Os três homens foram atuados por sequestro e cárcere privado. A Polícia Civil apura se o pai da vítima participou do caso e se a clínica agiu de forma irregular ao aceitar a internação sem autorização judicial.




