Última atualização 08/12/2022 | 12:14
O homem que foi esfaqueado pelo filho de 10 anos, que tentou defender a mãe de agressões, recebeu alta do hospital nesta quinta-feira, 7, em Uruaçu, no norte de Goiás. A vítima ainda não foi ouvida pela Polícia Civil e deve responder por lesão corporal e ameaça contra a esposa.
“Instauramos um inquérito policial contra o pai, que estava agredindo a mãe. Para a criança, não haverá responsabilização criminal, uma vez que ele atingiu o pai a fim de defender a mãe”, explicou o delegado.
De acordo com o delegado, a mãe do menino e mulher da vítima solicitou medidas protetivas contra o companheiro e que, com isso, ele não pode se aproximar dela nem da casa onde a família morava.
Ao G1, Peterson afirmou que o próximo passo da investigação é ouvir a mulher, a criança e o homem. Depois disso, o delegado deve indiciar o suspeito por lesão corporal e ameaça contra a mulher, e encaminhar o documento à Justiça.
Agressão para salvar a mãe
O caso aconteceu na noite de domingo, 4, para a madrugada de segunda, 5, em Uruaçu. Para a Polícia Militar, a mulher contou que o casal passava por uma crise no relacionamento e que o marido havia ingerido bebidas alcóolicas.
De acordo com a conselheira tutelar Keila Silva, a briga começou quando a mulher voltou da igreja e buscou o marido que estava bebendo na casa da irmã. A mulher contou que o homem estava bêbado e queria dirigir o carro cheio de crianças, mas ela não permitiu. O casal então seguiu para casa e as discussões continuaram, chegando até mesmo em agressões. Ao ver o pai dar murros e socos na mãe, o filho do casal foi até a cozinha, pegou uma faca e golpeou o pai na barriga.
“Uai filho, você furou o papai?”, disse o pai ao filho, após ser esfaqueado, segundo a conselheira.
Segundo a PM, o homem foi encaminhado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) até o Hospital Estadual do Centro-Oeste Goiano (HCN), onde passou por cirurgia de laparotomia exploradora.
A conselheira contou que o menino está em choque e que não assimilo ainda o que fez. Segundo Keila, no momento da briga, ele só pensou em defender a mãe.
“A criança vai continuar com a mãe e o pai não vai voltar para casa, ela vai fazer uma medida protetiva e esse é o fim do casamento. A criança vai estar segura, o que puder fazermos de monitoramento, segurança e proteção, vamos fazer”, descreveu.
A mulher contou ainda para Keila que o marido era violento e, há três meses, vinha sendo agredida. O homem, inclusive, tinha uma arma guardada no cofre de casa.