Pais de alunos que frequentam colégios militares de Goiás estão denunciando cobranças abusivas de taxas. Segundo eles, são pressionados a pagar valores que seriam opcionais, e têm dificuldades para acessar informações escolares caso se recusem a contribuir. As denúncias envolvem o Colégio Estadual da Polícia Militar do Jardim Guanabara, em Goiânia, e uma unidade em Trindade.

No colégio de Goiânia, os pais receberam boletos no valor de R$ 180 no momento da matrícula e R$ 120 mensais, emitidos pela Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF). Embora as taxas fossem apresentadas como voluntárias, os pais que se recusaram a pagar alegam que os boletos continuaram a ser enviados, inclusive entregues aos alunos em sala de aula. A situação é similar em Trindade, onde os pais denunciam ser obrigados a arcar com a compra da agenda escolar e com as contribuições à APMF. Quem não paga a taxa mensal perde acesso a uma plataforma digital com informações sobre o desempenho dos alunos, como notas e comunicados.

Além disso, os pais relatam pressão para assinarem um termo de responsabilidade para as aulas de reforço, que custam R$ 50 para associados e R$ 190 para não associados. Essa disparidade nos valores, junto à falta de clareza no processo, tem gerado insatisfação.

Em relação ao auxílio para compra de uniformes, o governo do estado oferece R$ 970 aos mais de 75 mil alunos da rede de colégios militares. Contudo, em 2024, o benefício foi repassado apenas em setembro, já no fim do período letivo, dificultando o uso do recurso.

Em nota, o Comando de Ensino da Polícia Militar esclareceu que as contribuições às APMFs são voluntárias e não têm vínculo com os colégios ou com o governo estadual. A nota também afirmou que os valores arrecadados são usados para melhorias nas instalações e atividades extras não financiadas pelo estado. No entanto, os pais contestam a cobrança, pois a falta de pagamento resulta na perda de serviços essenciais e informações relevantes sobre o desempenho escolar.