Pais denunciam cerimonialista após cancelamento de festa de formatura em escola de Jaguariúna com 230 convidados

Cerimonialista deixa de pagar fornecedores e festa de formatura com 230 convidados é cancelada no interior de SP

Denúncia é feita por famílias dos estudantes do 9º ano de uma escola particular de Jaguariúna (SP). Mulher alegou que estava em hospital e que vai dar explicações quando se recuperar.

Após formatura cancelada, pais de alunos de escola de Jaguariúna denunciam cerimonialista

Uma festa de formatura que deveria ocorrer neste sábado (7), em Jaguariúna (SP), foi cancelada depois que a cerimonialista deixou de pagar os fornecedores. A denúncia é feita por famílias de 20 alunos de uma escola particular e o prejuízo é estimado em R$ 60 mil.

Mais de 230 pessoas estavam convidadas para a festa. Os pagamentos para a profissional organizadora foram feitos com antecedência, mas na sexta-feira (6) os pais tiveram a notícia de que os fornecedores não haviam recebido.

A produção da EPTV, afiliada da TV Globo, conseguiu falar com a cerimonialista Fernanda Cecon por meio de um aplicativo de mensagens. Ela afirmou que estava em um hospital e que vai dar explicações quando se recuperar de um problema de saúde.

PREJUÍZO E FRUSTRAÇÃO

Neste sábado, familiares dos alunos se reuniram para discutir o ocorrido. Frustrada, a pedagoga Débora Della Nina Rodrigues lamentou o cancelamento da festa. “Hoje de manhã a gente se reuniu para pensar o que a gente ia fazer, mas de última hora não se consegue locação de mesa, não se consegue locação de cadeira, não se consegue locação de prato, de talher”.

“Comida também não. Mesmo que cada pai se disponibilizasse para fazer um pedido de 10 pizzas, a gente não conseguiria atender os nossos 232 convidados. Chegou-se ao consenso que era melhor a gente cancelar. Não tinha condição dessa festa acontecer […] e a gente não está falando só de valor material. A gente está falando de sonho”.

> “Minha filha é uma adolescente de 15 anos que a gente contratou vestido, contratou maquiador, cabeleireiro. Tudo isso teve que ser desfeito de uma hora para outra”, completou.

Ainda segundo Débora, a profissional denunciada é conhecida na cidade e foi contratada por ter experiência no ramo. “Nunca a gente imaginou que isso ia acontecer. Do meu ponto de vista, já devia vir de uma bola de neve e estourou na nossa mão”. Informadas, as famílias registraram boletim de ocorrência por fraude e estelionato.

A professora Márcia Neves pagou a festa para as duas filhas e também está indignada. “Meu prejuízo foi em dobro. Na época, nós pagamos R$ 1,4 mil para cada uma. A gente teve um ano inteiro de eventos na escola para poder fazer arrecadação. Envolvimento com alegria, com vontade. A gente foi agregando mais coisas nessa festa. Aí tem investimento em vestido”.

> “Vale salientar que essa formatura não é uma festa. Essa formatura é um encerramento de ciclo. Ela mostra para essas crianças e adolescentes o que eles passaram em todo o período do fundamental. Ela lida com sonhos. Ela não lida com rosas, com buffet e com flores”, comentou a médica Gleise Freitas Camilotti, mãe de aluno.

Por áudio, uma fornecedora explicou para os pais dos alunos que não tinha recebido pagamento pelo serviço. “A decoração de hoje já está toda confeccionada, o painel de fotos já foi todo locado, e não recebemos o pagamento. A comissão da escola foi que essa data fosse adiada. A gente estava até procurando seu contato para deixar vocês avisados”, disse.

O Casarão Imperial Eventos, espaço que receberia a festa, não tem relação com a denúncia do golpe. Por meio de nota, os responsáveis lamentaram o cancelamento do evento e informaram que estão dispostos a ajudar pais e estudantes a encontrar alternativas para que a celebração seja realizada em nova data o mais breve possível.

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Operação Overclean desmantela esquema de desvios milionários de recursos públicos na Bahia

A Polícia Federal, investigando um esquema de desvios milionários de recursos públicos na Bahia, apreendeu R$1,5 milhão com suspeitos de propinas dias antes da Operação Overclean. O valor, transportado em um voo particular de Salvador para a capital federal, Brasília, tinha origem ilícita e era destinado ao pagamento de propinas. Segundo a Receita Federal, a organização criminosa utilizava um esquema estruturado para direcionar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados às administrações municipais.

Os investigadores identificaram que o empresário Alex Rezende Parente e o ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia, Lucas Maciel Lobão Vieira, utilizavam aeronaves para transportar valores em espécie. A PF prendeu 17 suspeitos e coletou depoimentos, identificando “diversas contradições”. Alex alegou que o dinheiro provinha de vendas de equipamentos, enquanto Lucas afirmou desconhecer a existência do montante.

A organização criminosa, que atua de forma coordenada desde 2021, teria movimentado cerca de R$1,4 bilhão, proveniente de emendas parlamentares e contratos com órgãos públicos. Os crimes incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. O “Rei do Lixo”, José Marcos Moura, suspeito de liderar o esquema, prospectava contratos com a cooptação de servidores mediante o pagamento de propina.

O modus operandi da organização envolvia a cooptação de servidores públicos, superfaturamento de obras e desvios de recursos. A lavagem de dinheiro era feita de forma sofisticada, incluindo o uso de empresas de fachada e contas bancárias em nomes de terceiros. Os investigados, como Alex, Fábio Rezende Parente, e Lucas Lobão desejam esclarecer todos os fatos no curso da investigação. Defesas de outros suspeitos negaram participação na organização criminosa.

Entre os demais suspeitos detidos estão políticos, empresários e servidores públicos. Francisco Manoel do Nascimento Neto, vereador, tentou se livrar de dinheiro com uma sacola. Flávio Henrique de Lacerda Pimenta foi exonerado da Secretaria Municipal de Educação por suspeita de favorecimento. Diversas outras figuras, como Kaliane Lomanto Bastos, Orlando Santos Ribeiro, Diego Queiroz Rodrigues, entre outros, são acusadas de integrar a organização criminosa e favorecer os desvios milionários de recursos públicos.

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