Uma família de Montana, nos Estados Unidos, alega ter perdido a guarda de sua filha de 14 anos. O motivo seria a oposição dos pais ao interesse da adolescente em mudar de gênero. Enquanto o escritório do governador defendeu a decisão, ressaltou que o estado não retira menores para fornecer serviços de transição de gênero.
O assunto foi destaque no site do jornal New York Post. Segundo a reportagem, os Serviços de Crianças e Famílias do estado (CFS) supostamente tiraram a guarda da adolescente de seu pai, Todd Kolstad, e madrasta, Krista, neste mês. Em resposta, os pais da garota falaram sobre como a ação “destruiu” a família e “atropelou” seus direitos.
As alegações, divulgadas pela primeira vez no fim de semana, levaram o escritório do governador Greg Gianforte a analisar o caso e defender os trabalhadores do CFS.
Conflitos
Os pais informaram à Reduxx que seus problemas com a agência estadual começaram quando oficiais receberam uma ligação em agosto de 2023. Nela, foram informados de que Jennifer** (**nome alterado para a publicação a seu pedido), expressou pensamentos suicidas na escola.
Um assistente social do CFS veio falar com a adolescente e inspecionar a casa, onde Jennifer afirmou ter bebido limpador de vaso sanitário e tomado analgésicos na tentativa de tirar a própria vida, relatou a agência.
A adolescente, segundo relatos, não apresentou sintomas relacionados, e um teste no hospital mostrou que ela não consumiu toxinas.
No entanto, sua estadia no hospital se estendeu por vários dias, durante os quais a equipe observou que Jennifer se identificava como masculino e queria ser chamada de Leo. Os pais disseram que se opuseram rapidamente, mas sem sucesso.
Jennifer foi transferida para uma instalação de cuidados residenciais especializados em Wyoming, apesar das preocupações dos pais. Kolstad disse à Reduxx que ela e Todd estavam preocupados com Jennifer recebendo cuidados no estado, onde menores podem receber atendimento de afirmação de gênero sem o consentimento dos pais.
“Chegaram em nossa casa para nos entregar papéis para tirar Jennifer de nosso cuidado”, alegou Kolstad. “Disseram-me que o motivo era que não éramos ‘capazes ou recusávamos a fornecer cuidados médicos’. Isso simplesmente não é verdade”, desabafou o pai da jovem.
Custódia do Estado
Jennifer retornou em setembro para uma instalação juvenil em Montana, onde permanece. No início deste mês, um tribunal colocou a adolescente sob a custódia do CFS, conforme relatado pela Reduxx.
“Fomos informados de que permitir que Jennifer faça a transição e viva como um menino estava em seu ‘melhor interesse terapêutico’ e, como não estamos dispostos a seguir essa recomendação, o tribunal deu a custódia da Jennifer para o CFS por seis meses”, disse Kolstad à agência.
“Nossa família foi destruída por isso. Temos pouco ou nenhum contato com Jennifer, e nossos direitos como pais foram pisoteados.” Os Kolstads disseram que a criança será colocada com a mãe biológica no Canadá. Situação que os preocupa, pois não acreditam que ela seja apta a cuidar de Jennifer, com quem não teve muito relacionamento.
No entanto, após a revisão do caso, Gianforte afirmou em uma série de postagens nas redes sociais que as políticas e leis estaduais foram seguidas. “Diante de recentes alegações relacionadas a um caso de bem-estar infantil, pedi à vice-governadora Kristen Juras – uma advogada experiente, conservadora constitucional, mãe e avó – para revisá-lo”, escreveu.
Gianforte disse que Juras continuaria monitorando o caso. “Consultando o diretor de DPHHS e examinando pessoalmente os documentos do caso, a vice-governadora Juras concluiu que DPHHS e o tribunal seguiram as políticas e leis estaduais no tratamento deste caso trágico.”
Comunicado
Ao The Post, o escritório de Gianforte afirmou que o estado não retira menores de casa para fornecer serviços de transição de gênero. Ainda, que não usa fundos públicos para pagar por esses serviços enquanto um menor está sob custódia do estado. “Como delineado em sua declaração de propósito, os Serviços de Proteção à Criança protegem crianças que foram ou estão em substancial risco de abuso, negligência ou abandono”, disse um porta-voz.
“Além disso, o Governador pediu ao seu Departamento de Saúde Pública e Serviços Humanos para codificar uma política formal e/ou desenvolver um regulamento para esclarecer e garantir que a definição de abuso ou negligência não inclua o direito dos pais de se recusar a fornecer serviços de transição de gênero ao seu filho menor.”