Países pedem transferência da COP-30 de Belém após alta no preços de hotéis

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Faltando 100 dias para o início da COP-30 de Belém, cerca de 25 países negociadores estão pedindo a transferência total ou parcial do evento devido aos preços altos valores de hospedagens na capital paraense. Segundo o documento oficial, que inclui assinatura de nações como Canadá e Holanda, as cotações estão até 15 vezes maior do que o cobrado normalmente.

A carta, obtida com exclusividade pela Folha de S. Paulo, pedem garantia reais ao governo federal para que o evento ocorra sem interferências na segurança das delegações e na logística. “[Ter condições de participar] significa ser possível viajar para Belém, ficar em acomodações adequadas e acessíveis, e ir ao pavilhão e voltar de forma segura e eficiente em termos de tempo, inclusive tarde da noite”, diz trecho do documento.

O documento foi endereçado à organizações brasileiras e UNFCCC, braço climático da ONU, sendo assinada por coletivos como o Grupo de Negociadores Africanos e o Países Menos Desenvolvidos, até mesmo por nações europeias ricas como Áustria e Suíça.
Em resposta, a secretaria-extraordinária da COP-30 confirmou o recebimento da carta e afirmou que “não há possibilidade” da conferência ocorrer “fora de Belém”. Na reunião de emergência realizada pela UNFCC no último dia 29 de julho foi estabelecido o prazo até 11 de agosto para que o Brasil apresente soluções concretas.

“O Brasil tem muitas opções para termos uma COP melhor, uma boa COP. Por isso estamos pressionando para que o Brasil forneça respostas melhores, em vez de nos dizer para limitar nossa delegação”, declarou Richard Muyungi, presidente do Grupo de Negociadores Africanos, à agência Reuters.

Em resposta, o governo federal está procurando alternativas emergenciais que incluem apurações sobre práticas abusivas do setor hoteleiro, mobilização de Airbnb, escolas, habitações do Minha Casa Minha Vida e até navios de cruzeiro para resolver a falta de leitos em Belém.

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