Belém – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) identificou mais de 20 países que indicaram interesse em contribuir com o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), como parte dos esforços do presidente em negociações bilaterais antes da Cúpula do Clima. O encontro reúne líderes mundiais no Pará a partir de quinta-feira (6/11) e precede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).
Segundo fontes do governo, esses países estão caminhando para efetuar contribuições e espera-se que a lista cresça durante a Cúpula. Alguns dos países que sinalizaram disposição são: Alemanha, Angola, Arábia Saudita, China, Colômbia, França, Guiana, Honduras, Indonésia, Irlanda, Moçambique, Noruega, Países Baixos, Papua Nova Guiné, Reino Unido, República Democrática do Congo, República do Congo, Suécia, Suriname e Tanzânia.
Na véspera da Cúpula, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, abordou as agendas de Lula e não comentou especificamente sobre os aportes ao TFFF. Em relação a possíveis progressos nas negociações, o chanceler apenas afirmou que “teremos reuniões amanhã”. O governo está organizando um almoço para os países que investirem na iniciativa.
A Cúpula dos Líderes reúne representantes de governos para definir as diretrizes da atuação dos países durante a COP, que é mais ampla e decisiva. Por isso, Lula tem buscado fechar parcerias em encontros bilaterais antes do evento, com o intuito de atrair apoio financeiro para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF). O Brasil almeja captar US$ 10 bilhões até o final do próximo ano, mas até o momento apenas US$ 2 bilhões foram assegurados, sendo US$ 1 bilhão do Brasil e outro US$ 1 bilhão da Indonésia.
A meta é angariar US$ 25 bilhões de governos e mais US$ 75 bilhões do setor privado. Durante a COP, tem sido enfatizada a importância de empresas no processo de combate às mudanças climáticas. Lula continuará abordando o tema em reuniões bilaterais, incluindo o encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, que demonstrou apoio às iniciativas do presidente brasileiro em relação à proteção ambiental.
Um roadmap da COP30 sugere a taxação de super-ricos, aviões e produtos de luxo como forma de arrecadar fundos para o financiamento climático. O objetivo é atingir US$ 1,3 trilhão em aportes externos até 2035, visando o pagamento a países em desenvolvimento pela preservação ambiental.
