O Palmeiras protocolou à Conmebol nesta sexta-feira o pedido de exclusão do Cerro Porteño, entre outras sanções descritas no documento de 14 páginas, formulado pelo clube após o caso de racismo contra Luighi e o time alviverde na Libertadores Sub-20. O Alviverde aponta descumprimento do Cerro aos princípios de conduta e entende que o clube deve ser submetido às penas de multa e portões fechados durante o restante da competição, além de ter feito a requisição de desclassificação imediata do time.
Os pedidos requeridos pelo Palmeiras à Conmebol foram os seguintes: 1. Que o Cerro Porteño seja punido preventivamente para atuar sem torcida durante a competição. 2. Que o Cerro Porteño seja responsabilizado pelos atos praticados por seus torcedores. 3. Que o Cerro Porteño seja responsabilizado por não ter observado as normas e princípios de conduta do Código Disciplinar da Conmebol e do Código de Ética. 4. Para além das sanções anteriores, requer a aplicação de multa ao Cerro Porteño no patamar de 400 mil dólares devido à reincidência. 5. Que o Cerro Porteño seja desclassificado da competição conforme possibilidade de aplicação de penalidade diferente da multa do Artigo 15 do Código Disciplinar.
Para o pedido de desclassificação imediata, o clube considera três fatores: o histórico de racismo em competições da Conmebol, a reincidência do Cerro e a impunidade de atos racistas no Paraguai – onde diferentemente do Brasil não há crime de racismo previsto em lei. O Palmeiras se baseia no Código Disciplinar e no Código de Ética da Conmebol – que apontam as equipes como responsáveis pelo comportamento de seus torcedores nos jogos – para construir a argumentação e detalhar as respectivas sanções.
Na documentação, o Palmeiras descreve que Luighi e Figueiredo se dirigiam à lateral do campo após serem substituídos por volta dos 79 minutos da partida quando, próximos ao alambrado, torcedores do Cerro proferiram insultos racistas aos atletas. Um deles fez gestos imitando um macaco. Os relataram ao árbitro da partida, o peruano Augusto Menendez, e foi emitido pelo sistema eletrônico do estádio um comunicado à torcida para parar com as ofensas racistas. Os agressores, porém, continuaram no local e o jogo não foi interrompido.
É neste ponto que o clube aponta a violação do protocolo de racismo da Fifa. Desde 2019 a entidade deu mais liberdade aos árbitros, com um três etapas a cumprir em casos de discriminação no estádio: solicitar um anúncio público para exigir que a agressão pare; suspender o jogo até que cessem e, por fim, abandonar a partida definitivamente. Felipe Melo revela conversa com Luighi: “Eu me senti na pele dos pais, na pele dele”.
O Palmeiras se mantém firme em seu pedido de punição ao Cerro Porteño, buscando a aplicação de medidas rigorosas contra o clube que desrespeitou os princípios de conduta e causou danos aos jogadores e à imagem do esporte. Com base nos regulamentos da Conmebol e na gravidade do caso, o clube reforça a necessidade de ações contundentes para combater o racismo no futebol e garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos os envolvidos.