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Papa admite que há corrupção no Vaticano e condenou a pedofilia

Última atualização 10/02/2017 | 11:45

O Papa Francisco esteve em uma assembleia geral em Roma com 140 superiores de congregações para tratar de vários assuntos relacionados ao Vaticano. Durante a reunião que foi transcrita e publicada na revista jesuíta Civilta Cattolica, o Papa falou sobre os casos de corrupção dentro do país que vem causando uma perda de prestigio por parte da igreja.

A publicação conta que Francisco esteve sereno e calmo ao dizer: “É ação por conta da presença do diabo”, se referindo aos envolvidos em abuso sexual de menores. O Papa argentino ficou durante três horas respondendo a perguntas de superiores religiosos do mundo. Ele não chegou a ler qualquer tipo de papel, usando apenas uma linguagem improvisada, e abrangendo muitos problemas.

Francisco quando se elegeu em 13 de março de 2013 já havia referido em seu discurso à corrupção no Vaticano e novamente em Roma ele admitiu a existência: “Há corrupção no Vaticano. Mas eu estou em paz. Eu não tomo tranquilizantes! Se houver um problema, eu escrevo um bilhete para San Jose e o coloco sobre uma estatueta de que eu tenho no meu quarto. Assim, eu consigo dormir bem durante seis horas, é uma graça de Deus. E eu oro, rezo meu pelo meu caminho”.

O Papa acrescentou que “quando vou orar sempre seguro a Bíblia e a paz cresce. Não sei se este é o segredo. Eu faço missa todos os dias. Minha paz é um dom do Senhor. Não vão tirar isso de mim”.

“Não tenho nenhum problema em dizer que eu estou vivendo uma experiência completamente nova. Em Buenos Aires era bastante ansioso, admito. Eu me sentia tenso e preocupado. Não era como agora. Eu tive uma experiência muito particular de paz profunda a partir do momento que fui eleito. E não me deixa mais. Eu vivo em paz. Eu não posso explicar”.
Referindo-se ao problema do abuso sexual na Igreja, o que causou uma grave crise no mundo católico nos últimos vinte anos, Francisco jogou, pelo menos em parte a culpa do diabo “que arruína a obra de Jesus através daqueles eles devem anunciar”.

“Vamos ser claros esta é uma doença”, acrescentou observando a propagação da pedofilia entre sacerdotes e religiosos que fazem o trabalho na Igreja, “Se nós não nos convencermos de que é uma doença, não poderem resolver o problema”.

Ele pediu também aos superiores maturidade e cuidado na formação dos candidatos para a vida religiosa.

Francisco pediu aos chefes das congregações religiosas para levarem em conta “a parte cinza da vida” e não se acostumarem com “a parte branca e negra” nas fórmulas de formação religiosa. Ele reconheceu que há “uma redução das forças na vida religiosa do Ocidente” e disse que isso é devido a um problema demográfico, mas também por uma questão vocacional que por vezes, não responde às expectativas dos jovens.