Papa Francisco afirma que prazer sexual é “presente de Deus”

Durante uma audiência geral nesta semana, o Papa Francisco conversou com fiéis sobre o vício da luxúria e afirmou que o prazer sexual é um “presente de Deus”. A conversa ocorreu na sala Paulo VI, conhecida como Salão das Audiências Pontifícias, no Vaticano.

Durante a conversa, o líder católico disse que no cristianismo não há “condenação do instinto sexual” e que o prazer sexual deve ser valorizado, mas é “minado pela pornografia”, já que a “satisfação sem relacionamento” pode gerar “forma de dependência”.

“O verdadeiro amor não possui, ele se doa; servir é melhor do que conquistar. Porque se não há amor, a vida é triste, é uma solidão triste”, disse o pontífice.

O Papa aproveitou ainda para dizer que a castidade e abstinência sexual não são a mesma coisa. Segundo ele, esta virtude deve estar “ligada à vontade de nunca possuir o outro” e classificou a luxúria como um “vício perigoso”.

“Entre todos os prazeres humanos, a sexualidade tem uma voz poderosa. Envolve todos os sentidos; habita tanto no corpo quanto na psique, e isso é muito bonito; mas se não for disciplinado com paciência, se não estiver inscrito em um relacionamento e em uma história onde dois indivíduos o transformam em uma dança amorosa, transforma-se numa cadeia que priva os seres humanos da liberdade”, finalizou Francisco.

Solidão devido a casamento de homossexuais

Em recente entrevista ao jornalista italiano Fabio Fazio, o Papa Francisco revelou estar enfrentando o ônus da “solidão” decorrente de algumas escolhas, como a autorização para benção em casamento de casais homossexuais.

“Tem um preço de solidão que você deve pagar, às vezes as decisões não são aceitas”, declarou o Papa quando questionado sobre a repercussão de medidas como a bênção para casais homossexuais.

O pontífice enfatizou que a falta de aceitação muitas vezes decorre de falta de conhecimento sobre as decisões em si e defendeu a benção para casais homoafetivos com a afirmação de que “o Senhor abençoa todos”.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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