Durante uma audiência geral nesta semana, o Papa Francisco conversou com fiéis sobre o vício da luxúria e afirmou que o prazer sexual é um “presente de Deus”. A conversa ocorreu na sala Paulo VI, conhecida como Salão das Audiências Pontifícias, no Vaticano.
Durante a conversa, o líder católico disse que no cristianismo não há “condenação do instinto sexual” e que o prazer sexual deve ser valorizado, mas é “minado pela pornografia”, já que a “satisfação sem relacionamento” pode gerar “forma de dependência”.
“O verdadeiro amor não possui, ele se doa; servir é melhor do que conquistar. Porque se não há amor, a vida é triste, é uma solidão triste”, disse o pontífice.
O Papa aproveitou ainda para dizer que a castidade e abstinência sexual não são a mesma coisa. Segundo ele, esta virtude deve estar “ligada à vontade de nunca possuir o outro” e classificou a luxúria como um “vício perigoso”.
“Entre todos os prazeres humanos, a sexualidade tem uma voz poderosa. Envolve todos os sentidos; habita tanto no corpo quanto na psique, e isso é muito bonito; mas se não for disciplinado com paciência, se não estiver inscrito em um relacionamento e em uma história onde dois indivíduos o transformam em uma dança amorosa, transforma-se numa cadeia que priva os seres humanos da liberdade”, finalizou Francisco.
Solidão devido a casamento de homossexuais
Em recente entrevista ao jornalista italiano Fabio Fazio, o Papa Francisco revelou estar enfrentando o ônus da “solidão” decorrente de algumas escolhas, como a autorização para benção em casamento de casais homossexuais.
“Tem um preço de solidão que você deve pagar, às vezes as decisões não são aceitas”, declarou o Papa quando questionado sobre a repercussão de medidas como a bênção para casais homossexuais.
O pontífice enfatizou que a falta de aceitação muitas vezes decorre de falta de conhecimento sobre as decisões em si e defendeu a benção para casais homoafetivos com a afirmação de que “o Senhor abençoa todos”.