O papa Francisco rejeitou a “economia da exclusão” ao longo de seu pontificado, criticando o modelo econômico atual. Em suas meditações para a Via Sacra da Sexta-Feira Santa, o pontífice mais uma vez denunciou a “economia que mata”. O primeiro papa sul-americano, cujo falecimento foi anunciado recentemente, sempre esteve engajado em combater a exclusão e a desigualdade presentes na sociedade.
A crítica à “economia que mata” marcou os escritos e discursos do papa Francisco durante os 12 anos em que liderou a Igreja Católica. Desde seu primeiro grande documento como pontífice, publicado em 2013, Francisco já enfatizava a importância de rejeitar a economia que exclui e gera desigualdades. O papa condena a idolatria do dinheiro e o sistema financeiro que privilegia os interesses dos poderosos em detrimento dos mais vulneráveis.
Em suas mensagens, Francisco ressalta os problemas gerados pela competição desenfreada e pela busca incessante pelo lucro, que resultam na exclusão e marginalização de milhares de pessoas. Durante a pandemia de Covid-19, o pontífice argumentou que as políticas de livre mercado falharam em enfrentar os desafios globais, evidenciando a necessidade de repensar o atual modelo econômico.
O papa Francisco é conhecido por sua postura simples e humilde, rejeitando símbolos de riqueza e optando por um estilo de vida mais próximo dos menos favorecidos. Sua escolha pelo nome de Francisco, em homenagem ao santo dos pobres, reflete seu compromisso em defender os mais vulneráveis e combater a desigualdade. O pontífice organizou eventos globais para debater a taxação dos super-ricos, contando com o apoio de líderes políticos.
A comunidade Economia de Francisco foi criada em resposta ao apelo do papa por uma economia mais inclusiva e solidária, que reduza as desigualdades e promova o bem-estar de todos. Em seus encontros anuais, os membros discutem formas de atuar em áreas como pesquisa, inovação e educação. Em suas intervenções, Francisco ressalta a urgência de superar a “economia que mata” e adotar práticas mais humanitárias e sustentáveis.
A trajetória de Francisco em defesa de uma economia mais justa teve início antes de sua eleição como papa, durante a crise na Argentina em 2001. Como arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio convocou a população a rezar por uma nação inclusiva e comprometida com o bem comum. Sua postura diante das crises econômicas e sociais reflete seu compromisso com os mais necessitados e sua busca por uma sociedade mais justa e solidária.