Papa Francisco deixa legado de simplicidade, fraternidade e proximidade, diz Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta
Outros representantes de diversas religiões também lamentaram a morte do pontífice.
Papa Francisco deixa legado de fraternidade e proximidade, diz Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, sobre morte de papa Francisco [imagem de referencia]
O cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, disse que o papa Francisco deixa um legado de simplicidade, fraternidade e proximidade com os fiéis. O Santo Padre morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no 12º ano à frente da Igreja Católica.
> “A sua preocupação com os pobres, com a paz no mundo, com a fraternidade, com a ecologia, com o meio ambiente e, ao mesmo tempo, de poder ter uma igreja próxima das pessoas. Ter o cheiro de ovelhas, como ele sempre colocou.”
“A morte é uma realidade que enfrentamos a cada momento e os papas também morrem. A igreja vive esse momento com fé, esperança, com tristeza, mas sabendo que cumpriu a sua missão e agora sofre recompensa dos justos”, acrescentou Dom Orani.
Dom Orani João Tempesta, cardeal arcebispo do Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/TV Globo
Representantes de diversas religiões falam sobre o legado do Papa Francisco
Além de Dom Orani, outros representantes de diversas religiões também lamentaram a morte do pontífice e falaram sobre o seu legado.
“É um papa que deixa um legado de respeito aos direitos humanos, à luta contra o racismo, à liberdade religiosa. E que defendia o diálogo e a diversidade, principalmente o diálogo interreligioso”, diz Ivanir dos Santos, babalaô e pós-doutor em História Comparada.
O babalaô esteve com papa Francisco em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude.
“Pela primeira vez, um papa recebe um sacerdote de matriz africana brasileiro demostrando o seu compromisso na luta contra o racismo e preconceito que muito desse segmento sofre no nosso país”, lembrou.
Para o rabino Nilton Bonder, o papa foi um líder religioso sem precedentes.
> “Papa Francisco foi uma liderança única. Uma liderança afetiva. Não só uma voz, mas um rosto que traz serenidade a esse mundo. Uma liderança de paz, positiva, em tempo em que as lideranças são sempre relacionadas a conflitos, guerras. Trouxe uma dimensão progressista na igreja. Um olhar do nosso tempo.”
Para representantes da igreja evangélica, o pontífice deixa um legado de compaixão.
“Papa Francisco tem um impacto muito grande e eterno na unidade dos cristãos, quando realmente se dedicou ao tema, desejando caminhos de diálogo profundo, perdão, amor e reconciliação”, fala o pastor Silas.
Durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, o padre Luís também teve um encontro com papa Francisco. Eles se reuniram durante uma missa no Sumaré, onde o papa estava hospedado.
“Depois, o papa cumprimentou cada um, e eu cumprimentei o papa. Na época, eu lembro que eu disse quem eu era. Havia um instante para eu falar mais alguma coisa. Eu tava muito emocionado e fiquei mudo, de emoção”, contou.
“O papa Francisco foi um grande continuador do legado de João XXIII, um coração aberto a todos. Isso que mais marca no pontificado do Francisco, e o desejo de mudanças na igreja. Em muitos setores, na promoção da mulher, no combate ao clericalismo, na abertura aos LGBT.”