Papa Francisco pede que pais não condenem os filhos pela sexualidade

Papa Francisco pede que pais não condenem os filhos pela sexualidade

Nesta quarta-feira (26) o Papa Francisco fez um apelo para que pais não condenem seus filhos pela sua orientação sexual.  Dura uma audiência semanal do Vaticano, enquanto discursava sobre dificuldades na paternidade o pontífice voltou a declarar apoio e mostrar preocupação com a comunidade LGBTQIA+.

“Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos, lidem com isso e acompanhem os filhos, e não se escondam no comportamento de condenação (…) a esses pais, eu digo que não se espantem (…) nunca devem condenar um filho.”, declarou o pontífice.

Essa é a segunda vez que que o Papa defende o diálogo entre pais e filhos LGBTs. Em 2018, Francisco já havia dito que pais de crianças da comunidade LGBT deveriam dialogar e dar “espaço para que as crianças possam se expressar”, e que, em vez de expulsá-las de casa, os pais devem rezar e tentar entendê-las.

O papa também já demonstrou ter interesse em dialogar com católicos LGBTQIA+, geralmente suas mensagens são a respeito de acolher esses fiéis. No ano passado, o Papa Francisco afirmou que pessoas homossexuais têm o direito de serem aceitos por suas famílias, como filhos e irmãos. O papa também reforçou que, ainda que a igreja não reconheça o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, a união civil é um é um direito garantido por lei.

A defesa dos direitos LGBT e o diálogo aberto do Papa que lidera a igreja desde 2013, desafia as diretrizes do Vaticano, que em 2021 anunciou que padres e outros ministros não podem realizar e abençoar casamentos entre pessoas do mesmo sexo, pois tais bênçãos não seriam lícitas, uma vez que “Deus não pode abençoar o pecado”.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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