Em sua autobiografia, o Papa Francisco revelou que duas tentativas de atentado contra ele foram frustradas durante sua visita histórica ao Iraque, em 2021. O pontífice relatou que foi informado pelos serviços de segurança britânicos sobre uma jovem que estaria a caminho de Mossul, uma das maiores cidades iraquianas, carregando explosivos com a intenção de se explodir durante sua presença. Além disso, ele mencionou uma van que teria partido em alta velocidade com o mesmo objetivo.
No trecho publicado pelo jornal italiano Corriere Della Sera, Francisco descreve a resposta recebida no dia seguinte pela Gendarmaria do Vaticano. Segundo ele, o comandante informou que os responsáveis haviam sido interceptados e “não estavam mais lá”, uma referência à atuação das autoridades iraquianas, que teriam evitado os ataques. “Isso também foi muito marcante para mim. Isso também foi o fruto envenenado da guerra”, escreveu o pontífice em suas memórias.
O relato faz parte do livro Esperança, que será lançado no início de 2024, próximo ao aniversário de 88 anos de Francisco, celebrado nesta terça-feira, 17.
A visita ao Iraque marcou a primeira vez que um líder da Igreja Católica esteve no país, em uma viagem considerada de alto risco devido à situação de segurança e à pandemia de Covid-19. Mesmo assim, Francisco decidiu seguir com a missão, destacando a importância histórica e religiosa do Iraque, lar de uma das comunidades cristãs mais antigas do mundo.
Durante a viagem, o Papa demonstrou solidariedade aos cristãos perseguidos no país e se encontrou com o Grande Aiatolá Ali al-Sistani, uma das figuras mais influentes do islamismo xiita, em um encontro considerado histórico para o diálogo inter-religioso.