Papai Noel dos Correios: cartas podem ser adotadas nas agências ou pela internet

A adoção das cartinhas da campanha Papai Noel dos Correios começou nesta quarta-feira, 9, em todo o Brasil. Há mais de 30 anos, funcionários dos Correios, decidiram tirar esses sonhos do papel. Surgindo assim, uma das campanhas de solidariedade mais queridas do país: o Papai Noel dos Correios. Em Goiás, as agências já estão recebendo cartas para o lançamento estadual da ação na próxima quinta-feira, 17, dia que as correspondências começam ser adotadas pela população.

A ação tem como objetivo atender pedidos de presentes natalinos de crianças em situação de vulnerabilidade. São contemplados pela campanha os menores de até 10 anos e pessoas com deficiência, que permitem a adoção das cartas por pessoas, empresas e órgãos públicos. Os presentes são entregues nas agências para serem doados ao destinatário.

O apadrinhamento e o envio das cartas podem ser feitos, tanto presencial, nas agências participantes, quanto online, através do site dos Correios. No ano de 2021, mais de 150 mil correspondências foram apadrinhadas. A estimativa para 2022, no estado, é que cerca de 10 mil cartinhas sejam adotadas.

Como enviar a carta?

Para enviar as cartas pelo site, a criança ou responsável legal deve escrever a cartinha, em um papel, relatando sua história e fazendo o pedido. É preciso fotografar a carta e preencher o formulário no site com os dados para a entrega até dia 7 de dezembro.

Depois de preencher o formulário, deve clicar no botão “Cadastrar Carta”. Por questão de segurança e privacidade das crianças, não são selecionadas cartas que contenham endereço, telefone ou foto.

Como adotar uma carta?

Para quem opta pela adoção online, há um limite de 50 cartas. Diante disso, o cancelamento das adoções pode ser realizado a qualquer momento, dentro do prazo da campanha na internet. Tanto a troca das cartas como também o cancelamento são permitidos. Começando a ser adotadas na próxima quinta-feira, 17, até o dia 8 de dezembro.

Como funciona a entrega dos presentes?

A entrega dos presentes é realizada apenas nas agências cadastradas. Para receber o presente, a criança deve se dirigir a qualquer um dos correios com sua documentação pessoal.

Orientação para brinquedos frágeis, é utilizar uma caixa escrever “Frágil” na encomenda. Bicicletas devem ser entregues, preferencialmente, em caixas. Para identificação do presente, é necessáriofixar o cabeçalho da carta no presente e o campo reservado ao padrinho devidamente preenchido. E o número na embalagem dos presentes identificará a carta apadrinhada.

 

 

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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