Pará responde crítica de Trump sobre avenida florestal na COP 30: ‘melhor agir do que postar’

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Helder responde crítica de Trump à construção de avenida que corta floresta no Pará: ‘é melhor agir do que postar’

Presidente norte-americano criticou obra da avenida Liberdade. Governador do Pará respondeu destacando a liderança do estado na redução do desmatamento e convidou Trump para a COP 30 em Belém.

Trump discursa em fórum de negócios em Miami, em 5 de novembro de 2025 — Foto: REUTERS/Marco Bello

O governador do Pará respondeu a uma crítica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postada nas redes sociais neste domingo (9), sobre a construção da avenida Liberdade, uma via que atravessa uma área de floresta no Pará, estado sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump se posicionou sobre a construção da avenida Liberdade avançando sobre uma área de floresta em Belém. A crítica de Trump apontava que a obra destruiu a floresta para acomodar uma rodovia de quatro pistas para ambientalistas, gerando um grande escândalo. No entanto, a obra não possui ligação direta com a COP 30, conforme esclarecido pelo governo.

A resposta do governador do Pará, Helder Barbalho, veio pela mesma plataforma, destacando que Trump deveria focar em soluções contra as mudanças climáticas, celebrando a diminuição histórica no desmatamento da Amazônia, com destaque para o Pará. Barbalho ainda mencionou a importância de investir em preservação ambiental, convidando o presidente americano para a COP 30 e ressaltando a importância da ação em prol do meio ambiente.

Máquinas trabalham nas obras da Avenida Liberdade, no Pará, na região do traçado que corta o município de Marituba. — Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

O Pará lidera a redução de desmatamento na região da Amazônia Legal, com uma diminuição de 12,4% no último ciclo anual. Além disso, o estado registrou uma queda acumulada de 60% em relação aos números de 2021. A controvérsia expôs a ausência dos Estados Unidos na COP 30, reforçando o isolamento do país em questões climáticas globais.

Enquanto Trump adota um discurso contrário a acordos multilaterais e menospreza os impactos do aquecimento global, o Pará busca se destacar como referência em questões ambientais, buscando investimentos verdes e parcerias internacionais. A visibilidade global da COP 30 é aproveitada pelo estado para promover ações em prol do meio ambiente.

Traçado da avenida. — Foto: Arte/g1

A obra da avenida Liberdade no estado do Pará gerou polêmica devido à supressão de aproximadamente 72 hectares de floresta. A ação civil pública questiona a condução da obra, alegando falta de consulta adequada às comunidades locais. O governo se comprometeu a indenizar as famílias impactadas e está em processo de resolução dos conflitos.

A Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) ressaltou que a obra da Avenida Liberdade possui licença ambiental concedida após um rigoroso processo de licenciamento, com controle contínuo dos impactos. As audiências públicas contaram com ampla participação da população e de representantes das comunidades afetadas. A previsão é que a obra seja concluída até o final do semestre. Emanuela Cardoso, moradora da região, destaca a importância de um desenvolvimento digno para todos os envolvidos.

DERRUBADA DE 72 HECTARES DE FLORESTA

Segundo a Defensoria Pública do Estado do Pará, a obra da avenida Liberdade pode ter avançado sem ouvir adequadamente as comunidades da região, levantando questões sobre os impactos socioambientais e a necessidade de reparação. A documentação para os pagamentos às famílias afetadas ainda apresenta pendências, mas esforços estão sendo feitos para solucionar essas questões.

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A COP 30 em Belém é uma oportunidade para discutir e promover a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. O Pará, como anfitrião do evento, tem buscado destacar suas iniciativas e conquistas na redução do desmatamento, além de reforçar a importância da participação de todos os países na luta contra as mudanças climáticas. A obra da Avenida Liberdade, embora controversa, representa um desafio para conciliar o progresso com a preservação do meio ambiente, evidenciando a complexidade das questões ambientais e a necessidade de um debate amplo e participativo.

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