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Paralimpíadas: Gabriel Bandeira conquista 1º ouro brasileiro na natação

Os jogos paralímpicos iniciou nesta quarta-feira (25) e o Brasil já conquistou a tão sonhada medalha de ouro. Gabriel Bandeira, de 21 anos, venceu os 100m borboleta da classe S14, que foi incluída pela primeira vez no megaevento, com a marca de 54s76, novo recorde da competição.

O paulista venceu o britânico Reece Dunn (55s12) que é o atual recordista mundial, e o australiano Benjamin Hance (56s90).

”Minha vida na natação paralímpica só está começando. Queria agradecer bastante o apoio da família e da minha avó. Isso é só o começo ” afirmou.

O nadador é um fenômeno brasileiro nas paralimpíadas. O atleta começou a disputar na natação somente no ano passado. Sua primeira competição internacional foi apenas neste ano, e agora, ele é o recordista do mundo.

Gabriel, cujo o apelido é Bill, tem deficiência intelectual e déficit de atenção, conforme explica seu técnico, Alexandre Vieira: ”Para ser elegível para classe S14 precisa ter um diagnóstico de deficiência intelectual. Muita gente comete o erro de falar que o atleta aqui tem TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade] ou hiperatividade, e isso não é elegível para o sistema. O que é elegível para o sistema é ter uma deficiência intelectual, e através das avaliações ele ter um QI abaixo de 75. É um teste feito por uma neuropsicóloga. No caso do Bill ele também tem TDAH, ele é hiperativo e ele também tem traços de autismo, mas não é diagnosticado ainda. Mas o que torna elegível para a classe S14 é fazer o teste de QI e ser abaixo de 75.”

Prata na natação

Gabriel Araújo conquistou a primeira medalha do Brasil nas paralimpíadas na estreia em Tóquio. O atleta mineiro de apenas 19 anos levou a medalha nos 100m costas da classe S2 com a marca de 2min02s47. O ouro ficou com o chinelo Alberto Abarza (2min00s40) e o bronze com o russo Vladimir Danilenko (2min02s74).

”Fico muito feliz, só eu sei o que passei para estar aqui. Foi muito difícil. Essa medalha veio com muito esforço, suor e me deixou com gostinho de quero mais” disse Gabriel, que se emocionou na entrevista concedida logo depois da conquista.

Gabriel não tem os braços e começou a praticar o esporte em 2015, quando seu professor de Educação Física perguntou se ele queria fazer parte da equipe de natação. O atleta aceitou o convite e garantiu três medalhas de ouro em sua primeira competição, não parando nunca mais.

Bronze na natação

Achou que parou por aí? A terceira medalha brasileira também saiu na natação com Phelipe Rodrigues, cujo o apelido é Bebezinho, nos 50m livre da classe S10. O nadador cravou a marca de 23s50, ficando atrás do campeão Rowan Crothers (23s21) da Austrália, e de Maksym Krypak (23s33), da Ucrânia.

”Claro que o ouro paralímpico era o que faltava, mas conseguir mais uma medalha é excepcional. Ainda mais depois de 12 meses de restrições [por causa da pandemia]” disse Rodrigues.

Esse é o oitavo pódio paralímpico de Rodrigues: ele tem cinco pratas e três bronzes em sua carreira.