Paranaense acorda com mancha preta na visão e descobre doença rara que pode levar à cegueira: ‘Pensei que fosse um cisco’
Tais Muchinsky Chicanoski, de 30 anos, foi diagnosticada com neurite óptica pós-viral, tipo de inflamação imperceptível para outras pessoas. Segundo especialista, condição afeta capacidade de movimentar os olhos para focar em objetos.
Paranaense acorda com mancha preta na visão e descobre doença rara
A paranaense Tais Muchinsky Chicanoski, de 30 anos, descobriu uma doença rara nos olhos há cerca de três meses. Poucas semanas após enfrentar sintomas virais semelhantes aos da Covid-19, ela acordou enxergando uma mancha preta no campo de visão do olho esquerdo.
Inicialmente, a profissional acreditou ser um problema momentâneo, mas após continuar com dificuldade para enxergar ela procurou especialistas e foi diagnosticada com neurite óptica bilateral. Imperceptível para outras pessoas, a doença é caracterizada por inflamações nos nervos dos dois olhos e pode levar à cegueira.
O médico oftalmologista João Guilherme Oliveira de Moraes, cirurgião-chefe da clínica na qual Tais está fazendo tratamento, conta que a neurite óptica é uma doença rara.
Entre os sintomas, explica o oftalmologista, estão manchas e embaçamento na visão e alterações na movimentação ocular; ou seja, na capacidade de movimentar os olhos para focar em objetos ou realizar outras tarefas visuais.
De acordo com ele, a incidência é de um a cinco casos a cada 100 mil pessoas.
A mancha na visão apareceu no dia 25 de fevereiro, e três dias depois ela consultou com um oftalmologista. Segundo a paranaense, ele não a submeteu a nenhum exame e, pelo fato de ela ter mais de 20 gatos em casa, a diagnosticou com toxoplasmose ocular.
A neurite óptica é uma inflamação que provoca inchaço no nervo óptico, estrutura responsável por transmitir informações do olho para o cérebro para produzir imagens. Justamente por isso, a doença pode causar perda de visão.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) explica que a principal causa para a condição é a esclerose múltipla, e frequentemente ela aparece como o primeiro sintoma da doença neurológica. Outras causas, explica a instituição, são doenças autoimunes como lúpus e sarcoidose e infecções virais (como herpes zoster, sarampo e caxumba) – como os médicos acreditam que foi o caso de Tais.
O médico oftalmologista João Guilherme Oliveira de Moraes, cirurgião-chefe da clínica na qual Tais está fazendo tratamento, conta que a neurite óptica é uma doença rara.
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No dia 30 de janeiro, Tais começou a sentir dores nas articulações. Poucos dias depois, os problemas aumentaram.