Parentes questionam ação policial após megaoperação no Alemão e na Penha: Investigação e transparência em foco

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Parentes dos mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, questionam a ação policial e a condução das investigações após uma megaoperação realizada na última terça-feira resultar em 121 vítimas fatais. Além dos mortos, mais de 10 pessoas ficaram feridas, incluindo policiais. Na porta do Instituto Médico-Legal (IML), parentes e entidades de direitos humanos pedem transparência na investigação dos casos e questionam a forma como as ações foram conduzidas.

Moradores relatam que indivíduos teriam tentado se render, mas foram mortos mesmo assim durante a operação. Posteriormente, dezenas de corpos foram encontrados e retirados da área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, e reunidos na Praça São Lucas, na Penha. Familiares das vítimas mostram preocupação com a ausência de perícia adequada nos locais das mortes e a falta de transparência em relação a corpos que teriam sido esfaqueados, conforme vídeos divulgados.

Alguns parentes afirmam que há corpos com sinais de facadas e mutilações, apesar de ainda não ter sido confirmado oficialmente pelas autoridades. Também questionam o fato de nem todos os policiais estarem com as câmeras corporais ligadas durante a operação. Além disso, denunciam a demora na retirada dos corpos e a falta de assistência por parte do poder público, deixando os moradores a cargo de buscar os corpos na mata em busca de parentes.

O governo estadual considerou a megaoperação um sucesso, com a apreensão de 118 armas, entre fuzis, pistolas e artefatos explosivos, e 113 pessoas presas, incluindo criminosos de outros estados e adolescentes apreendidos. A ação contou com a participação de 2,5 mil policiais e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com o objetivo de cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho.

Diante do cenário de desespero das comunidades atingidas, os parentes das vítimas buscam respostas e cobram justiça. A Rede de Atenção a Pessoas Atingidas pela Violência de Estado (RAAVE) tem prestado apoio jurídico e psicológico às famílias, oferecendo suporte em locais como o IML e comunidades impactadas. A rede, criada por mães de vítimas da violência, atua em parceria com o Ministério da Justiça para oferecer assistência e orientação aos familiares.

A situação levanta questionamentos sobre os impactos da operação, como casas destruídas, medo constante e a necessidade de apoio psicológico nas comunidades afetadas. O Brasil, mais do que nunca, se encontra diante do desafio de promover a segurança pública de forma eficaz, respeitando os direitos humanos e garantindo a transparência nas investigações e operações policiais. A busca por respostas e por justiça continua, enquanto as famílias enlutadas buscam conforto e apoio em meio a um cenário de violência e incertezas.

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