Paris leiloará seus cadeados do amor para ajudar refugiados

Os famosos cadeados da Pont des Arts de Paris, onde apaixonados de todo o mundo deixam uma demonstração de seu carinho e se juram amor eterno, serão leiloados neste sábado (13) na capital francesa para ajudar organizações de apoio aos refugiados. A informação é da Agência EFE.

Os organizadores esperam arrecadar entre 100 mil e 150 mil euros nos 165 lotes à venda, entre os quais estão incluídos cadeados em forma de coração, alguns enganchados a uma mini Torre Eiffel, passando por outros com frases escritas em diferentes idiomas.

“Ter em sua casa demonstrações de amor de pessoas de distintas partes do planeta e em diferentes idiomas é incrível”, disse à Agência Efe Monique, interessada em um painel cheio de cadeados, cujo preço oscilará neste sábado entre 8 mil e 10 mil euros.

A iniciativa beneficente teve sua origem em maio de 2016, quando a prefeitura de Paris ordenou a retirada definitiva dos cadeados dos 37 corrimões da Pont des Arts, que cruza o Rio Sena e fica próxima à catedral de Notre Dame.

Segundo a prefeitura, a estrutura da passarela estava em risco por causa das 70 toneladas de peso desses cadeados.

Para o leilão foram selecionadas, no entanto, só aquelas partes que podiam ser aproveitadas. E dessas algumas poucas estarão expostas até amanhã.

A sala de exibição – austera, branca e não muito grande – é cheia de urnas com esculturas formadas a partir de cadeados e exibe também grades cheias desses ferrolhos com nomes ou iniciais de casais com uma extensão de 1 a 3 metros.

As grades são sustentadas sobre uma grande plataforma de madeira que dá a impressão de ter um pedaço da própria Pont des Arts em sua casa.

Entre os lotes, há desde cadeados em forma de coração até outros enganchados a uma mini Torre Eiffel, passando por outros com frases escritas em diferentes idiomas, como Forever together (“Juntos para sempre”, em inglês), símbolos chineses e, inclusive, “Te amo”.

“São um símbolo da cidade”, afirmou à Agência Efe Nicole Langé, que também tinha pendurado um cadeado junto com seu marido anos atrás e que quer conseguir um desses lotes, já que seria um bom presente para os filhos, que estão na Itália.

Os 165 lotes do leilão solidário, que acontecerá na tarde deste sábado no Crédit Municipal de Paris, oscilam entre 100 e 10 mil euros.

“Esperamos arrecadar entre 100 mil e 150 mi euros”, afirmou a assessora da venda, Mathilde Belcour-Cordelier, ao lembrar que “o leilão é totalmente beneficente.”

As três organizações que receberão o dinheiro arrecadado são a Solipam, que se encarrega de ajudar refugiadas engravidas; a Emmaüs Solidarité, que conta com centros de amparo para essas pessoas; e a Armée du Salut, que luta há 130 anos contra a exclusão social.

Belcour-Cordelier declarou, além disso, que essas cifras são apenas um parâmetro e destacou que os lucros podem ser maiores, pois se trata do “primeiro leilão deste tipo em todo o mundo”.

A moda global de selar o amor pendurando um cadeado em uma ponte foi atribuída ao romance Ho voglia di te (2006), de Federico Moccia, que declarou que é “uma pena” que estes tenham que ser retirados.

“Todas as cidades deveriam ter um lugar para os apaixonados”, declarou o escritor italiano à Efe em novembro do ano passado.

E que melhor lugar para jurar este carinho que a cidade do amor, Paris?

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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