Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha quebra recorde de visitantes em 2024, excede limite em seis meses

Parque Nacional de Fernando de Noronha recebe mais de 131 mil turistas em 2024 e excede limite de visitantes em seis meses do ano

Acumulado de turistas em todo o ano não extrapola acordo de gestão compartilhada da ilha. Entretanto, seis meses do ano tiveram mais visitantes que o permitido, segundo o ICMBio.

Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha tem recorde de visitação

O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha recebeu em 2024 o total de 131.503 visitantes. O número de turistas é um recorde na reserva ambiental e representa um acréscimo de 9,2% em comparação a 2023, quando o parque teve a visitação de 120.382 pessoas (veja vídeo acima).

Os dados foram divulgados pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio). O número ficou dentro do limite estabelecido pelo acordo de gestão compartilhada, assinado entre os representantes dos governos federal e do estado, em 2023, que limita a visitação a 132 mil turistas por ano.

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O acordo também determina que o número de turistas por mês não pode superar 11 mil pessoas, porém o limite não foi respeitado nos seguintes meses:

Janeiro (12.840);
Julho (11.295);
Agosto (12.649);
Setembro (13.068);
Outubro (14.061);
Novembro (12.501).

Ainda segundo o ICMBio, os estados mais enviaram turistas foram:

São Paulo
Pernambuco
Rio de Janeiro
Minas Gerais
Paraná.

Já entre os turistas estrangeiros, a maior parte veio dos seguintes países, de acordo com o levantamento:

Itália
Estados Unidos
Argentina
França
Alemanha.

Turistas fazem fila para visitar o Sancho — Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

Para a chefe do ICMBio em Fernando de Noronha, Lilian Hangae, o número anual é positivo, mas há uma preocupação pelo fato de, em seis meses do ano, o registro de visitação ter sido superior ao indicado no acordo de gestão.

“Nós vemos com preocupação porque o número estabelecido se relaciona ao estudo de capacidade de suporte da ilha e também está relacionado aos serviços básicos como saneamento, abastecimento de água e energia, que estão no limite”, declarou Lilian Hangae.

Segundo a representante do Instituto Chico Mendes, o número de 11 mil foi extrapolado nesse período porque as empresas aéreas transportarem mais visitantes do que o permitido.

“Se chega mais gente é porque as empresas aéreas disponibilizam mais vagas nos voos que têm direito. Cabe ao governo do estado cobrar e regularizar o uso de vagas pelas empresas aéreas para DE Noronha”, indicou Lilian Hangae.

A chefe do ICMBio também questionou a falta de informação sobre a conclusão do estudo de capacidade de carga, que é de responsabilidade do governo do estado. Esse estudo vai estabelecer o limite de visitantes sem prejuízos ao meio ambiente.

O DE entrou em contado com a Administração da Ilha para saber por qual motivo o número de visitantes foi superado em seis meses e quando o estudo de capacidade de carga será concluído, mas até a última atualização desta matéria não obtivemos resposta.

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