Compras de última hora? Veja o que está mais caro na Páscoa
Uma pesquisa realizada pelo IBRE, ligado à FGV, revelou o aumento nos preços dos alimentos tradicionais da cesta de Páscoa em comparação com o ano de 2024. De acordo com o levantamento, alguns produtos apresentaram significativa variação de preço em relação ao ano anterior, como ovos de galinha, que subiram 19%, azeite e azeitonas, com alta de 10%, bombons e chocolates, com aumento de quase 13%, e suco de frutas, que teve uma alta de 14,5%. Além disso, entre os peixes, o bacalhau teve um aumento de 9,7%, seguido pelo atum, com quase 8% de elevação, e a sardinha em conserva, com aumento de 6%.
No caso específico dos ovos de chocolate, a pesquisa destaca que as turbulências no mercado de cacau tiveram um impacto significativo nos preços, com uma média de alta de 9%. Problemas climáticos e doenças nas plantações de cacau na África Ocidental foram apontados como fatores que influenciaram o aumento nos preços. Segundo Thainá Rambaldo, analista econômica, a região é responsável por cerca de 65% da produção mundial de cacau, portanto, qualquer intercorrência na cadeia de produção acaba impactando diretamente nos preços.
A pesquisa também observou que o tamanho dos ovos de Páscoa pode impactar no preço final, com ovos menores, de até 100 gramas, apresentando uma alta média de 23%. Em contrapartida, os ovos maiores, de até meio quilo, oscilaram apenas 1% no preço. A análise aponta que mudanças no comportamento do consumidor, motivadas por restrições orçamentárias e aperto no poder de compra, também contribuem para o aumento nos preços dos produtos.
Quando analisamos a variação de preços ao longo de três anos, alguns alimentos se destacam. O azeite teve um aumento de 74%, ovos de galinha subiram 51%, arroz teve alta de 33%, enquanto o atum registrou um aumento de 30%. Por outro lado, a batata inglesa teve uma queda de quase 19% e a cebola caiu 6,6%. O cenário econômico e a valorização dos produtos têm impacto direto nas decisões de compra dos consumidores.
Outro levantamento realizado pelo IBRE sobre os hábitos de consumo na Páscoa apontou que metade dos entrevistados pretende gastar menos neste ano em comparação ao ano anterior. Ainda assim, 44,9% planejam manter o mesmo nível de gastos e apenas 5,7% estão dispostos a investir mais em produtos típicos da data e presentes. O contexto de expectativas negativas em relação à inflação, incertezas econômicas e elevadas taxas de juros também estão influenciando o comportamento dos consumidores.
Dessa forma, a análise da inflação da cesta de Páscoa entre 2024 e 2025 demonstra que diversos itens tiveram significativas variações de preço. O azeite registrou um aumento de 10,22%, ovos de galinha tiveram alta de 19,04%, enquanto suco de fruta apresentou uma elevação de 14,57%. Por outro lado, alimentos como arroz e batata inglesa tiveram quedas expressivas nos preços. O contexto econômico e as mudanças nos hábitos de consumo estão refletindo diretamente nos valores dos produtos tradicionais da Páscoa.