No 1º dia útil da nova tarifa de ônibus, passageiros reclamam das condições
precárias do transporte
A passagem subiu de R$,30 para R$ 4,70 e vale para os ônibus municipais, BRT,
VLT e os “cabritinhos”, como são chamados os veículos do transporte
complementar.
Passageiros reclamam das condições precárias do transporte — Foto: Reprodução/TV
Globo
Nesta segunda-feira (6), no primeiro dia útil do aumento das passagens na cidade
do Rio, filas lotadas nos pontos de ônibus e dezenas de reclamações das
condições precárias do transporte. A partir de agora, o carioca terá que
desembolsar mais 40 centavos para cada bilhete.
“Todo dia é isso, todo dia os ônibus caindo aos pedaços e a gente tem que
chegar no serviço, né, porque tem que trabalhar”, conta a empregada doméstica
Sheila de Oliveira Bispo.
A passagem subiu de R$ 4,30 para R$ 4,70 e vale para os ônibus municipais, BRT, VLT e os “cabritinhos”, como
são chamados os veículos do transporte complementar.
Os passageiros dizem que não percebem o aumento da passagem ser revertido em
melhorias nos transportes. Eles reclamam da superlotação, dos poucos horários, e
das condições ruins em que muitos ônibus que circulam pela cidade.
“Normalmente, eu pego ônibus que tem barata, não tem assento. Lata velha
a gente já tem um monte”, desabafa a diarista Therezinha de Jesus.
Nesse domingo (5), quando a nova tarifa entrou em vigor, a TV Globo flagrou pelo
menos 2 ônibus quebrados em Jacarepaguá e no Recreio, na Zona Oeste da cidade.
“Acontece quase todo dia. Então, a gente tá acostumado com isso já, entendeu?”,
destaca o tosador Maycon Douglas.
Outro problema que afeta muito a vida dos passageiros é a falta de
ar-condicionado. O Rio Ônibus diz que 95% da frota está climatizada. Ou seja,
segundo o sindicato, 200 ônibus não tem refrigeração.
Mas, na prática, quem usa o transporte reclama que muitas vezes, mesmo quando o
ônibus tem ar, não funciona. Quem precisa do modal reclama.
“É muito quente. E tudo fechado, não tem janela pra abrir. A gente entra, acha
que tem ar-condicionado, mas não tem. E se tem, não gela”, Therezinha de
Jesus.
“São poucos que têm ar-condicionado e funciona direito”, diz a babá Francisca
Frota Gomes.
Apesar dos problemas e dificuldades, os passageiros esperam que, desta vez, a
tarifa mais cara traga realmente dias melhores no transporte.
“Se for para melhorar os ônibus, tudo bem. Agora, se for pra aumentar e não ter
nada de melhor, não vai adiantar de nada, só vai gastar o dinheiro do pobre que
trabalha pra ter um conforto e não tem”, diz a auxiliar de serviços gerais
Cristiana de Jesus.
A Secretaria Municipal de Transporte disse que faz fiscalização diariamente e
que, em caso de irregularidades, o consórcio responsável pelo ônibus é autuado e
o ônibus pode até ser lacrado.
A secretaria disse ainda que R$ 73 milhões foram descontados dos subsídios pagos
para as empresas de ônibus em 2024 por causa da má prestações dos serviços.
O Rio Ônibus disse que recolhe das ruas os veículos com problemas de manutenção
e que os consórcios trabalham em força-tarefa para fazer melhorias.