Passe Livre Estudantil abre inscrições que começam dia 15 e vão até março

Embora o programa contribua como política pública estudantes reclamam da efetuação

O programa Passe Livre Estudantil (PLE) abrirá o período de inscrições nesta segunda-feira (15) e vão até 30 de março. Em Goiânia e região Metropolitana os estudantes interessados devem entrar no site da Superintendência da Juventude e através de um formulário efetuam o cadastro com os documentos pessoais e o Passe Escolar.  O cartão oferece 48 viagens mensais, mas não são cumulativas, dando direito de ida e volta diária para a instituição de ensino.

Os estudantes solicitam o PLE pela internet e devem ficar atentos para qual unidade do Vapt-Vupt será destinada a entrega da carteirinha. Já os estudantes das cidades de Rio Verde e Anápolis terão que ir fazer o cadastro pessoalmente à empresa de transporte da cidade, Paraúna em Rio Verde e Urban em Anápolis, iniciar o cadastro e finalizá-lo na unidade de Vapt-Vupt escolhida portando as documentações necessárias.

O programa beneficiou 102.218 milhões de estudantes no ano passado, o volume de recursos investidos ultrapassou R$ 38 milhões e se destacou por ter sido ampliado para o interior do estado. Além de oferecer extensão de viagens, caso o estudante precise, é necessário apenas que a solicitação seja feita no site e que esteja de acordo com as normas do programa.

Opinião dos usuários

Apesar de ser uma iniciativa de política pública o programa deixou a desejar na aplicação, segundo a estudante de Publicidade e Propaganda, Ludmilla Alves de 22 anos, quando houve a mudança do Passe Escolar para o Passe Livre ela acreditou que o recurso traria mais benefícios “ledo engano, nem todo mês depositavam o passe e algumas vezes cheguei a receber R$ 12,00 para passar o mês. O pior de tudo é que não tem como recarregar com o valor da meia passagem, então eu precisava tirar do meu bolso o valor integral” afirma.

A estudante ainda ressalta que não recebeu o reembolso e quando foi questionar, em ligação, os atendentes da Superintendência da Juventude afirmaram que não havia o que ser feito. “Odiei essa mudança, não dá pra saber se isso foi desvio de verba, falta de planejamento e bom senso ou malandragem do governo. Vários estudantes foram prejudicados e nada foi feito” conta.

E esse não foi um problema isolado, já que vários estudantes apresentaram a mesma reclamação sobre o repasse, como foi o caso de Ithala Fernandes de 22 anos que é estudante de Fonoaudiologia, segundo a estudante o benefício não atende a demanda de viagens necessárias e sempre na última semana do mês as passagens acabam e a recarga que deveria ser depositada até o décimo dia útil do mês, só é realizada em datas posteriores.

“O sistema que era antes em minha opinião, era melhor, já que a gente pagava meia” expressa. A estudante também conta que vários colegas que utilizam do mesmo benefício passaram pela mesma experiência.

Esclarecimento

De acordo com o Superintendente da Juventude, Leonardo Felipe, o estado tem o compromisso de pagar as recargas até o décimo dia útil, além de sempre ressaltar aos estudantes que o prazo é uma regra estabelecida por parte financeira do governo. “Nós continuamos sempre atentos a realizarmos o pedido de compra sempre no início do mês para que tudo seja efetivado e pago dentro do prazo, então continuamos desde 2013 a manter a regularidade do pagamento do benefício e agora ampliando para outros municípios” afirma.

E esclareceu que a questão do meio passe é política tarifaria do sistema de transporte atribuída a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) e Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), afirmando que o estado é responsável apenas pelo Passe Livre. Além de informar que a previsão orçamentária será de R$ 90 milhões para a região metropolitana e interior.

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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