A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher, prendeu no início da noite desta quinta-feira, 4, o pastor Davi Passamani. O religioso é investigado por duas denúncias de assédio e, segundo a defesa, estava em um louvor quando foi levado até a delegacia.
Em nota, o advogado de defesa informou que, segundo a polícia, Davi Passamani estava sendo detido pois sua presença em louvores representa risco para a sociedade e ocorrência de possíveis novas vítimas. O defensor ainda informou que a investigação “não passa de uma conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio, ruína financeira, bem como o impedimento de qualquer prática religiosa”.
A defesa ainda informou que desconhece ordem judicial que impeça Passamani de exercer a prática religiosa e tomará providências para a soltura do pastor.
Denúncias
Davi Passamani vem enfrentando diversas denúncias de crimes sexuais nos últimos anos. A primeira denúncia ocorreu em março de 2020, quando uma jovem de 20 anos usou as redes sociais para denunciar o pastor de importunação sexual. A denúncia foi registrada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia, que investigou e encaminhou o inquérito ao Ministério Público.
Segundo a jovem, o assédio ocorreu pouco mais de um ano antes da denúncia, mas que ela sentia medo e insegurança de expor a situação. No fim de março, Passamani gravou um vídeo no qual ele negava a prática de crime e avisava sobre apoio psiquiátrico a que havia procurado.
A denúncia foi arquivada pela Justiça um mês depois, com a justificativa de “ausência de justa causa”. O processo corre em segredo de Justiça.
Já a última vítima do pastor registrou um boletim de ocorrência em dezembro de 2023, alegando que o líder religioso mandou mensagens falando sobre sexo e chegou a descrever fantasias sexuais.
Em março deste ano, o pasto foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil por assédio. A vítima de processo julgado pediu uma indenização do pastor por danos morais. De acordo com a defesa da vítima, o valor será destinado a instituições que acolhem mulheres vítimas de violência.
Davi é fundador da igreja A Casa, em Goiânia, e renunciou ao cargo de presidente e líder religioso em 2023, após a segunda denúncia.