O pastor Fabiano Martins da Silva está sob investigação por suposto envolvimento com o tráfico de drogas em Goiânia. Ele foi detido em flagrante em novembro de 2023, sendo suspeito de liderar uma organização criminosa dedicada ao tráfico de entorpecentes nos bairros Parque Industrial João Braz e Parque Santa Rita, na capital. Na última quinta-feira, 18, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) recusou o pedido de habeas corpus.
Em um comunicado, os advogados que representam o pastor afirmaram que ele não faz parte de qualquer organização criminosa voltada para o tráfico de drogas. Eles anunciaram a intenção de recorrer e provar, por meio de todos os recursos disponíveis, a ilegalidade da prisão.
De acordo com informações do TJGO, a defesa argumenta que a prisão é irregular, alegando que, durante uma revista pessoal e veicular, os policiais não encontraram nenhum item ilícito com o pastor. No entanto, o desembargador Nicomedes Domingos Borges afirmou que a abordagem ocorreu em resposta a uma denúncia anônima de que Fabiano era líder do tráfico de drogas, denúncia esta que foi confirmada após as buscas. Nesse sentido, a Justiça destaca que não há irregularidade na ação.
Durante as buscas, segundo os autos, os policiais encontraram três porções de maconha, dois celulares, diversas sacolinhas tipo zip-lock e R$ 377,50. O documento relata que, ao ser questionado sobre a origem e destinação das drogas, Fabiano pediu desculpas aos policiais e chorou.
Segundo a decisão judicial, no momento da prisão, Fabiano estava acompanhado por Stefany Sousa de Oliveira, apontada como responsável por distribuir os entorpecentes repassados por ele para “aviõezinhos” – pessoas que transportam pequenas quantidades de substâncias ilícitas. Com Stefany, os policiais encontraram porções de maconha, cocaína e R$ 271,50. Stefany teve a liberdade provisória concedida em audiência de custódia, com a defesa informando que ela aguarda audiência marcada para março deste ano.
Vale destacar que Fabiano é o mesmo líder religioso que prestou auxílio ao jovem Hian Alves de Oliveira, suspeito de assassinar Danilo Sousa, de 7 anos, encontrado morto em uma mata em julho de 2020.
Na ocasião, Hian, que residia com Fabiano, alegou à polícia que o crime foi motivado por ciúmes do líder religioso, a quem ele chamava de pai, em relação ao padrasto da criança. Hian inicialmente afirmou ter contado com a ajuda do padrasto no crime, mas posteriormente foi liberado após prisão inicial.
O pastor teria contribuído financeiramente para a família da criança. No entanto, Hian reclamou dessa assistência e alegou que a relação entre Fabiano e o padrasto de Danilo era “exacerbada”. Em decorrência dessa situação, Hian cometeu o crime com a intenção de incriminar o homem, de acordo com informações obtidas pela polícia.
Nota na íntegra da defesa do pastor Fabiano Martins da Silva
A prisão foi mantida pela justiça para surpresa da defesa uma vez que o Fabiano não faz parte de nenhuma organização criminosa de tráfico de drogas, essa informação não consta dos autos, foi uma inverdade propagada em desfavor de Fabiano. O fundamento da mantença da prisão foi simplesmente por entenderem que os requisitos da prisão como dito pela casa julgadora estão presentes. A defesa vai recorrer e provar por todos meios a ilegalidade da mantença da prisão. A Stefany está em liberdade provisória aguardando audiência. Que já está marcada para o mês de março de 2024.