Jovem que denunciou assédio de pastor em Brasília diz que ‘sentimento é de alívio, não só por nós, mas pelas futuras vítimas’
Religioso dizia que preparava jovens para serem ‘boas esposas’, segundo denúncia. Francisco Rodrigues Lemos está preso; de tenta contato com defesa dele.
Vítima de pastor afirmou que iria mudar de igreja por conta de assédio. [https://s01.video.glbimg.com/x240/13286884.jpg]
Uma das supostas vítimas do pastor Francisco Rodrigues Lemos, preso por suspeita de abuso sexual em Brasília, contou ao de, nesta sexta-feira (24), que o religioso agia de forma libidinosa para “testar a parte carnal” com o intuito de “ajudar a vítima a vencer os desejos carnais”. Segundo ela, após a prisão, o “sentimento é de alívio, não só por nós, mas pelas futuras vítimas”
“Com o passar dos anos, descobri outras vítimas. Quando tive conhecimento de que não era a única, tive mais forças para falar”, diz a vítima.
A reportagem teve acesso a uma troca de áudios entre o pastor e uma outra denunciante. Na conversa, a jovem diz ao homem que iria deixar a igreja porque se sentia incomodada com as atitudes do religioso. O pastor responde que não sabia da situação e que iria mudar o comportamento.
Francisco Rodrigues Lemos, de 44 anos, é suspeito de abusar sexualmente de adolescentes entre 13 e 16 anos na região do Sol Nascente, no DF, e em Valparaíso de Goiás, no Entorno. Segundo a Polícia Civil do DF, para as vítimas ele dizia agir para “testar as irmãs, matar os desejos carnais delas”, e que estava preparando as jovens para serem “boas esposas”.
O de tenta contato com a defesa de Francisco Lemos.
OUTRAS VÍTIMAS
Pastor Francisco Rodrigues Lemos, suspeito de abusar de adolescentes no DF, em foto: Divulgação/PCDF. As jovens dizem que o pastor costumava abraçar, beijar e tocar as adolescentes. Uma das vítimas conta que começou a frequentar a igreja do Sol Nascente quando tinha 14 anos. O pastor, além de presidir as celebrações, atuava como orientador espiritual das adolescentes.
“Abraçava de forma maliciosa, passava a mão na nádega e nos seios, chegando uma vez a dar um selinho em uma das meninas. Mas, não foi correspondido”, diz uma das meninas em depoimento à polícia.
Segundo a vítima, o comportamento durou dois anos. Depois, o pastor foi para a igreja de Ceilândia, porém mantinha contato por mensagens e constantemente pedia para se encontrar com a adolescente.
As investigações tiveram início em novembro de 2024, quando pelo menos cinco adolescentes procuraram a Polícia Civil do Distrito Federal para relatar os abusos. A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher do Distrito Federal e também a de Goiás são responsável pela apuração dos casos envolvendo o pastor.