Os incontáveis pastores que exaltaram Bolsonaro durante a presidência agora se encontram diante de um dilema: apoiarão o Bolsonaro réu e, caso ele seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal, terão que lidar com um Bolsonaro presidiário? Nos bastidores, alguns deles revelam um certo cansaço em relação ao processo, apesar do carinho que ainda nutrem pelo ex-presidente. O que antes era uma postura firme de apoio agora se mostra mais tímido, em virtude do inevitável desfecho que se aproxima. A disposição para defender publicamente Bolsonaro parece diminuir à medida que a possibilidade de condenação cresce, gerando um esfriamento nos ânimos e nas demonstrações de apoio. A incerteza quanto ao desfecho do julgamento certamente afeta a postura dos pastores evangélicos que se identificaram com o presidente, deixando-os em uma posição delicada diante da realidade dos fatos. Entre o carinho pelo ex-presidente e a expectativa de uma condenação, a lealdade e a postura desses líderes religiosos fica indecisa, refletindo um momento de transição e reflexão dentro desse segmento religioso. A pressão da opinião pública e a necessidade de manter uma imagem de integridade podem colidir com a fidelidade a um líder político em meio a um processo judicial. O apoio a Bolsonaro se mostrou sólido durante sua gestão, porém, diante das circunstâncias atuais, muitos desses pastores parecem estar reavaliando suas posições e avaliando as consequências de um possível desfecho desfavorável para o ex-presidente.