De hobby a sentido para vida: empreendedora apostou no artesanato como refúgio e
renda após AVC em Piracicaba
Patrícia da Silva Delgado, de 45 anos, trabalha como artesã e curadora
voluntária da Casa do Artesão Tirolês na cidade. Ela se formalizou como
microempreendedora individual em 2022. A motivação ocorreu após sofrer um
Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2014. Anteriormente, fazia artesanato como
hobby e para algum complemento de renda.
Antes do ocorrido, Patrícia era gerente de treinamentos em franquias. O
artesanato fazia parte da vida da microempreendedora, mas como hobby desde a
infância, quando tinha seus nove anos de idade.
> “Buscar o refúgio no artesanato foi uma das melhores coisas que eu fiz”,
> aponta Patrícia, que hoje recebe em média R$ 2 mil com o artesanato” , disse.
> Foi um susto, mas eu consegui uma chance pra recomeçar e fazer sentido pra
> vida de alguém, usando o artesanato para ajudar outras pessoas que nem sabemos
> quem é”, conclui.
De acordo com Patrícia, o AVC não deixou sequelas físicas, entretanto, algumas
limitações começaram a ser percebidas cerca de cinco anos depois. A
empreendedora, que atuava como gerente de treinamento em franquias, dominava o
Excel. Entretanto, após o ocorrido, o panorama mudou.
“O Excel foi como se eu olhasse uma folha de papel em branco quando eu tive
contato com ele novamente. Também eu tinha fluência em outros idiomas, que
desapareceram. O inglês que era fluente ficou nível primeira série. Eu não
tentei, não busquei reaprender isso”, diz.
Em datas comemorativas como o Natal e o Dia das Mães, por exemplo, a renda gerada
pelo trabalho com artesanato chega quase três salários mínimos, segundo a
microempreendedora.
A região de Piracicaba (SP) terminou o ano de 2024 com 7.331 microempreendedores
individuais (MEIs) ativos a mais que no ano anterior, segundo levantamento do
Sebrae-SP. As 18 cidades da área de cobertura do DE somaram 124.323 cadastros em
dezembro. Em 2023, eram 116.992 negócios formalizados.
Município fechou 2024 com 40.025 Microempreendedores Individuais, ante 37.018
registrados em 2023; na região, são 141.305 MEIs, alta de 6,3% na comparação
entre um ano e outro.
De acordo com o analista de negócios do Sebrae-SP, Bruno Fermino, os
empreendedores estão mais atentos aos benefícios obtidos ao se formalizarem.
“Além do registro ser gratuito, ele traz vantagens como acesso a previdência
social, linhas de crédito como as do Banco do Povo, emissão de notas fiscais
para serviços e produtos e até a possibilidade de abrir conta bancária como
pessoa jurídica”, diz Fermino.