Paulistrans 2025: campeonato de futsal para pessoas trans chega à terceira edição com mais equipes e desafios no apoio.

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O Paulistrans, campeonato de futsal para pessoas trans, chega à terceira edição em 2025 com mais equipes inscritas – cresceu de três para pelo menos oito. A expansão alcançou outras cidades do estado, ganhou reforço na representatividade e na organização, mas ainda enfrenta desafios importantes. Inclusive, segundo um dos criadores, em relação a apoio público ou privado.

Criada pelo time Pogonas, que é de Campinas, a competição receberá em 2025 equipes de São Paulo, Osasco, São Roque e Guarulhos entre os meses de agosto e setembro. O número de times pode aumentar, já que as inscrições seguem abertas até segunda-feira (30).

Para atletas, o campeonato é um grito por visibilidade e pertencimento. “É a oportunidade de encontrar a rede que foi criada no estado de São Paulo ao longo do tempo em busca de um futebol inclusivo para pessoas trans”, analisa Ali, de 26 anos, que atua no Instituto Meninos Bons de Bola.

Fundador do Pogonas e um dos idealizadores do Paulistrans, Thiago Miguel explica como o campeonato evoluiu e o impacto que ele tem causado na vida dos jogadores. Segundo ele, a primeira edição foi organizada às pressas, com apenas quatro pessoas à frente da produção.

Para a edição 2025, o evento buscou reforçar a estrutura, com planejamento coletivo e um modelo de disputa adaptado para preservar a saúde dos atletas e incentivar a cultura produzida por pessoas trans. Neste ano, terá duas cidades sedes, já que a primeira fase será em São Paulo e a etapa final ocorrerá em Campinas.

O fundador do Pogonas defende que o objetivo do Paulistrans nunca foi criar uma divisão no esporte, mas abrir as portas para quem viu elas se fecharem por conta da orientação sexual. Ele reforça que o campeonato não é uma solução definitiva, mas uma resposta a uma realidade ainda excludente para pessoas transsexuais, mesmo em ambientes esportivos amadores.

Apesar dos avanços, os obstáculos permanecem — especialmente os financeiros. De acordo com Thiago, a falta de apoio público e privado limita o crescimento do campeonato e gera dificuldades práticas, como a escassez de locais adequados para treinos e jogos.

Thiago conta que a organização do Paulistrans já recebe mensagens de interesse de times do Paraná e Distrito Federal, porém limita o acesso ao estado de São Paulo por não contar com estrutura que garanta a participação de equipes de outros estados.

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