Pazuello responde procedimento disciplinar após ato com Bolsonaro

O ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, participou do ato pró Bolsonaro feito por motociclistas no último domingo (25) no Rio de Janeiro. O general subiu em um carro elétrico ao lado do presidente e outros ministros, que discursaram sem a utilização de máscaras. Como general da ativa, Pazuello apenas poderia participar com a autorização do comando do exército, o que não ocorreu.

O Exército deve abrir uma investigação e apurar se ele descumpriu o Regulamento Disciplinar do Exército, que prevê a punição caso “manifeste-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.

Pazuello foi notificado pelo Exército Brasileiro ainda na noite de segunda-feira (24) sobre a abertura da investigação e deveria ter uma reunião com o comandante das forças armadas, Paulo Sergio Nogueira, na manhã desta terça-feira (25), mas a reunião acabou sendo cancelada.

Pazuello será chamado para se manifestar e apresentar sua defesa. É esperado que o procedimento dure até 30 dias.

O Auto Comando do Exército deverá pressionar o ex-ministro a pedir aposentadoria e, caso haja resistência, será debatido alternativas para que o general deixe a instituição. Algumas alternativas estão sendo pensadas pelo exército para que Pazuello seja colocado na reserva, como a promoção de oficiais generais de turmas mais novas, que ocasionará automaticamente à reserva.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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