PC abre investigação para apurar possível infração penal do secretário de Novas Crixás sobre matança de tambaquis

Assim como noticiado pelo Diário do Estado, o Secretário de Turismo da cidade de Nova Crixás, João Luiz Busnardo, foi ouvido pela Polícia Civil (PC) na manhã desta quarta-feira (23), após promover a pesca predatória do Tambaqui na região. Segundo a delegada responsável pelo caso, Sayonara Lemgruber, uma medida para verificar a procedência das informações ditas pelo secretário foi aberta, a fim de apurar uma suposta infração penal praticada por ele.

Conforme a investigadora, João alegou durante o depoimento que a sua intenção foi chamar a atenção para a multiplicação do Tambaqui no Rio Araguaia. Para ele, a procriação do peixe é prejudicial a outras espécies, pois o tambaqui se alimenta de ovas de peixes menores. A prática, segundo João, está gerando a extinção de outras espécies.

“Ele afirmou que não teve intenção de fomentar a pesca predatória dessa espécie, mas chamar a atenção de que o Tambaqui é um peixe que vem da bacia amazônica, e em quantidade descontrolada, afetará espécies nativas. Acrescentou também que apenas pescou uma unidade do peixe e que as fotos dos peixes mortos no barco não são de sua autoria. Por fim, reconheceu que sua publicação foi mal interpretada e se diz disposto a explicar o ocorrido para qualquer pessoa”, explicou a delegada.

Publicação

A polêmica com o secretário secretário começou após ele publicar uma campanha nas redes sociais para incentivar a matança do peixe Tambaqui no Rio Araguaia. Assim como no depoimento, João diz acreditar que o peixe é uma ameaça para outras espécies, principalmente a Piraúba que é um peixe nativo da região.

Ele, inclusive, rebateu um comentário nas redes sociais de um usuário que defendia a preservação do Tambaqui. Usando a campanha #vamosmatartambaqui, o secretário escreveu em seu post:

“Quem fez essa carta deve ser doente mental. Procura saber primeiro, gente. Essa espécie acaba com as outras. Ela tá infestada no Araguaia inteiro. Fora de controle. Vai ser até muito difícil de a gente controlar isso daí, mas a gente com certeza vai tentar”, declarou.

Secretário incentivou matança da espécie nas redes sociais / Foto: Reprodução

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp