PC prende quadrilha do golpe do nude que resultou na morte de uma vítima em Aparecida

golpe

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu mandados de prisão contra três suspeitos de aplicar o “golpe do nude” e do “falso delegado” contra uma vítima de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital, que chegou a tirar a própria vida por conta das ameaças que vinha recebendo. A ação denominada como “Delta Fake” foi realizada com apoio operacional da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro.

Golpe do Nude

O golpe foi realizado por um homem e duas mulheres, sendo uma dupla em Pelotas, no Rio Grande do Sul, e outra pessoa do Rio de Janeiro. De acordo com a delegada que está investigando o caso, Luiza Venerada, um dos criminosos se passava por uma adolescente que conversava com a vítima de Aparecida. Ao homem, essa suposta garota pedia dinheiro para tratamento psiquiátrico.

Dias seguintes, uma outra pessoa que se passava pela mãe da adolescente entrou em contato com a vítima de Aparecida pedindo dinheiro. Ele então transferiu todos os recursos existentes na poupança da família, realizou um empréstimo financeiro junto ao banco e chegou a pegar dinheiro emprestado com amigos, chegando a sofrer um prejuízo financeiro superior a R$ 20 mil.

A situação se agravou significativamente para o homem quando um impostor se passando por delegado entrou em contato, alegando estar ciente da conversa dele com uma menor de idade. Para evitar uma possível prisão pelo crime de pedofilia, esse impostor exigiu um pagamento adicional da vítima. Caso não mandasse até um certo horário, ele mandaria uma viatura para prendê-lo e ainda iria divulgar nudes que ele então teria enviado a adolescente.

Ao se desesperar, a vítima acabou por tirar a própria. Mas antes de fazer isso, escreveu uma carta alegando que não era pedófilo e que não tinha cometido nenhum crime. No texto ainda, o homem deixou o número da senha do celular do celular e da conta bancária.

Mesmo depois da vítima tirar a própria vida por receber diversas ameaças, no dia 30 de agosto deste ano, os criminosos ligaram para o telefone deste e, ao falar com familiares, ainda exigiram o encaminhamento da certidão de óbito, e posteriormente, passaram a proferir xingamentos e intimidações.

Durante as investigações, a corporação conseguiu acessar o celular da vítima, examinando as mensagens trocadas com os golpistas e analisando as transações bancárias. Após a verificação das informações, as identidades dos golpistas foram reveladas, todos eles com histórico criminal, sendo que um deles já estava detido. Como resultado, mandados de busca e apreensão foram emitidos para localizá-los.

Ao Jornal Diário do Estado (DE), a delegada informou que o criminoso que já estava preso e cometia o crime através da prisão, foi para um Regime Disciplina Diferenciado (RDD), enquanto as outras suspeitas estão presas temporariamente. Luiza afirmou ainda que a PC investiga outros presos da mesma penitenciária na intenção de descobrir se mais alguém tenha participado do crime.

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Jovem baleada por agentes da PRF continua em estado grave no hospital

A jovem Juliana Leite Rangel, 26 anos, permanece em estado grave, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN),em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela foi internada na unidade, às 21h12, de terça-feira, 24, após ser atingida por um tiro de fuzil na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Rodovia Washington Luís (BR-040), também naquele município.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, a Prefeitura de Duque de Caxias informou que a jovem foi levada para a unidade pela PRF. “A direção do HMAPN informa que a paciente, atingida por arma de fogo (PAF) em crânio, foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirúrgico, onde passou por procedimento, sem intercorrências. No momento, segue internada no CTI, hemodinamicamente instável, entubada e acompanhada por equipe multidisciplinar. A paciente mantém o quadro gravíssimo”, informou em nota divulgada no início da manhã desta quinta-feira, 26.

Em entrevista ontem no Hospital, a médica intensivista do Adão Pereira Nunes, Juliana Paitach, disse que mesmo em estado grave, Juliana Leite Rangel, tem reagido positivamente aos medicamentos que vem recebendo. “Do que ela chegou para agora não teve piora. Ela se manteve em um grau de gravidade que estabilizou com as drogas que estão entrando com a medicação e não teve piora, ou seja, a pressão se manteve com a medicação que está entrando. É uma paciente jovem, que foi atendida com rapidez e muita eficiência, que tem tudo para evoluir com positividade, mas não tem como a gente saber”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou Procedimento Investigatório Criminal, assinado pelo procurador da República, Eduardo Santos de Oliveira Benones, considerando que, conforme a Constituição de 1988 definiu, o órgão tem a incumbência da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

No texto, o procurador apontou que a jovem de 26 anos seguia de carro na companhia de familiares para comemorar o Natal e sofreu gravíssimos ferimentos. Benones destacou que ela não foi a única vítima, uma vez que o pai  dela, Alexandre, também foi baleado.

O procurador determinou que, considerando a necessidade de efetuar diligências, “visando a colheita de informações, documentos e outros elementos aptos a direcionar e definir a linha de atuação deste órgão ministerial no caso aqui apresentado”, a Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, dê informações sobre as providências adotadas. Requisitou ainda à Superintendência da Polícia Rodoviária Federal, também no Rio, a identificação dos policiais rodoviários federais envolvidos na ocorrência e a identificação dos autores dos disparos.

O procurador requereu também o imediato afastamento das funções de policiamento dos policiais envolvidos no caso, além do recolhimento dos veículos “com total preservação de seu estado, conforme verificado após a ocorrência”.

Benones determinou ainda o recolhimento e acautelamento das armas, de qualquer calibre ou alcance, que estavam em poder dos policiais envolvidos, “independentemente de terem sido utilizadas ou não, para realização de perícia”.

Para o HMAPN, o procurador pediu a expedição de um ofício para que o diretor da unidade informe ao MPF o estado de saúde das vítimas, independente de boletins médicos, bem como para o envio, de imediato, dos respectivos Boletins de Atendimento Médico de Juliana e de Alexandre.

Ainda no texto, o procurador determinou à Polícia do Ministério Público Federal que se dirija ao Hospital Adão Pereira Nunes, para apurar o estado de saúde da vítima, com declaração médica, a identidade dos integrantes da equipe médica que prestou os primeiros socorros, bem como da equipe responsável pelo acompanhamento do tratamento”.

Inquérito

A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar a ocorrência da noite desta terça-feira, 24, que envolve policiais rodoviários federais. De acordo com a PF, as apurações começaram após ser acionada pela PRF.  Uma equipe esteve na Rodovia Washington Luís (BR-040) para realizar as medidas iniciais, como “a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal”, contou em nota divulgada ontem.

Também em nota, a Polícia Rodoviária Federal  informou nesta quarta-feira, 25, que, por determinação da Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, foi aberto, na manhã de ontem, um procedimento interno para apuração de fatos relacionados aos disparos, na BR-040, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. De acordo com a PRF, “os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais”.

A corporação disse lamentar profundamente o episódio e esclareceu que, por orientação da Direção-Geral, “a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana”.

Quanto às investigações, indicou que colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas apurações do caso.

Ministério da Justiça e Segurança Pública

“A polícia não pode combater a criminalidade cometendo crimes. As polícias federais precisam dar o exemplo às demais polícias”, apontou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em nota divulgada pela pasta.

Lewandowski lamentou o incidente, que na visão dele, “demonstra a importância de uma normativa federal que padronize o uso da força pelas polícias em todo o país”.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública lamenta o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. Informa ainda que tem empenhado todos os esforços para que as responsabilidades sejam devidamente apuradas”, completou a nota.

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