O Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolou uma ação na Justiça Eleitoral solicitando a cassação do mandato de Abilio Brunini, prefeito de Cuiabá, por suposto abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação. As denúncias incluem a prática de caixa dois e a disseminação de notícias falsas durante a campanha.

Abilio Brunini, do Partido Liberal (PL), é acusado de contratar a T2 Comunicação, Vídeo e Produções Ltda, que recebeu R$ 2,18 milhões, representando cerca de 20% das despesas da campanha. O PDT alega que as notas fiscais não detalham adequadamente os serviços prestados e que serviços que deveriam ser realizados pela T2 foram executados por outros prestadores, levantando suspeitas de desvio de recursos.

Irregularidades nas contas da campanha

Em dezembro, a Justiça Eleitoral já havia desaprovado as contas da campanha de Brunini, exigindo a devolução de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos devido a irregularidades, como omissão de receitas e contratos sem comprovação de execução. A ação do PDT também menciona que a campanha de Brunini promoveu deliberadamente desinformação, criando um ‘ecossistema de difusão de desinformação dolosa’ por meio de redes sociais.

O PDT questiona a legitimidade do mandato de Brunini, afirmando que essas práticas comprometem o processo democrático e configuram uma fraude na disseminação de informações falsas. Brunini é conhecido como um ‘disseminador obsessivo de fake news’ e é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por injúria contra a deputada Érika Hilton (PSOL).

A petição inicial solicita a quebra de sigilo bancário e fiscal da T2 Comunicação, além da oitiva de testemunhas, e pede a cassação da chapa de Brunini e sua vice, Vânia Garcia, tornando-os inelegíveis por oito anos. Caso a cassação se concretize, novas eleições seriam convocadas para a capital mato-grossense.

A ação tramita na 39ª Zona Eleitoral de Cuiabá, que já notificou os envolvidos para apresentarem suas defesas.