PEC das Praias: votação no Senado gera polêmica sobre privatização

PEC das Praias: Votação no Senado gera polêmica sobre privatização

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado está prestes a votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3 de 2022, conhecida como PEC das Praias, na próxima quarta-feira, 4 de dezembro. Essa proposta, que já passou pela Câmara dos Deputados há dois anos, tem gerado intensa polêmica.

Objetivos da PEC das Praias

A PEC, de autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA), visa a privatização de terrenos de marinha, que são trechos de terra ao longo da costa e margens próximas a rios e lagos influenciados por marés. Essas áreas são delimitadas em 33 metros contados a partir do mar em direção ao continente ou ao interior das ilhas costeiras, conforme determinado pelo Decreto-Lei nº 9.760, de 1946, com base na Linha do Preamar Média (LPM) de 1831.

Embora a proposta não privatize as praias em si, mas apenas o acesso a esses terrenos, ela autorizaria a compra dessas áreas por particulares e a transferência gratuita para Estados e municípios. Isso revogaria o inciso VII do caput do art. 20 da Constituição Federal e o terceiro parágrafo do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o que é fortemente contestado pelo governo.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGISP) argumenta que o domínio da União sobre a costa marítima é estratégico para garantir os objetivos de desenvolvimento econômico, social e ambiental do país. “Essas áreas abrigam ecossistemas de alta relevância ambiental, como manguezais, restingas e apicuns, fundamentais para a prevenção de riscos e medidas de adaptação às mudanças climáticas. Além disso, há povos e comunidades tradicionais que dependem desses ecossistemas para subsistir,” explica o MGISP.

Críticas à Proposta

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, criticou a PEC durante o evento de celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente em junho, afirmando que “não há mais espaços para retrocessos.” A proposta já passou por uma audiência pública na CCJ em maio deste ano, com a presença de integrantes do governo e representantes de organizações.

Na Consulta Pública no site do Senado Federal, a maioria da população se mostrou contrária, com 160 mil votos contra e apenas 2 mil a favor. Se aprovada na CCJ, a PEC seguirá para votação no plenário do Senado e, posteriormente, será enviada para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Saúde identifica presença de norovírus em pacientes na Baixada Santista

Norovírus na Baixada Santista: 7.500 Casos

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou, por meio do Instituto Adolfo Lutz (IAL), a presença de norovírus em amostras de fezes humanas coletadas na Baixada Santista, no litoral paulista. Essa confirmação veio após análises realizadas em pacientes atendidos em Guarujá e Praia Grande.

O surto de virose no litoral de São Paulo já superou 7.500 casos, de acordo com o levantamento mais recente. “Estas informações são importantes para orientar o tratamento aos pacientes. No entanto, estamos investigando, em conjunto com a Cetesb, Sabesp e os municípios da Baixada Santista, a fonte que causou esta infecção”, explicou Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da SES-SP.

Características da Norovirose

O norovírus é responsável por causar gastroenterites, conhecidas como viroses, com sintomas como náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, e possivelmente dores musculares, cansaço, dor de cabeça e febre baixa. A infecção é transmitida principalmente pela ingestão de fezes, geralmente através da água do mar e alimentos contaminados.

O vírus é considerado uma doença clinicamente autolimitada, com duração média de três dias.

Para prevenir a infecção, a SES-SP recomenda lavar bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar, evitar alimentos mal-cozidos, e manter os alimentos bem refrigerados. Além disso, é aconselhável evitar tomar banho de mar nas 24 horas seguintes à ocorrência de chuvas, levar lanches próprios durante passeios ao ar livre e observar a higiene dos estabelecimentos comerciais. As autoridades também alertam para não consumir gelo, raspadinhas, sacolés, sucos e água mineral de procedência desconhecida.

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